França mobiliza 10 mil militares; 5.000 vão proteger escolas judaicas
O ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, anunciou nesta segunda-feira (12), após reunião de crise com o presidente François Hollande, que vai mobilizar 10 mil militares para reforçar a segurança dos pontos mais sensíveis do país, num momento em que a França busca evitar novos ataques extremistas. Na semana passada, atentados terroristas deixaram 17 pessoas mortas.
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, também informou que cerca de 5.000 policiais vão proteger as 717 escolas judaicas no país, após o atentado de sexta-feira (9) contra um supermercado kosher em Paris, que deixou quatro mortos. Na manhã desta segunda-feira, ele visitou uma escola judaica no sul da capital francesa, perto de onde uma policial foi morta, na quinta-feira (8).
O reforço do plano antiterrorista Vigipirate aconteceu pois "os atos racistas e antissemitas aumentaram nos últimos anos", afirmou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls. "Consideramos que há possíveis cúmplices", afirmou em entrevista às emissoras "RMC" e "BFM TV", sem fornecer mais detalhes. O Vigipirate será mantido em seu máximo nível, até hoje nunca ativado.
"A caçada continua", disse Valls na manhã desta segunda-feira (12), saudando a população francesa pela manifestação deste domingo (11), que reuniu mais de 1,5 milhão de pessoas nas ruas de Paris, e cerca de quatro milhões na França inteira. "Mas precisamos ficar em alerta, porque sabemos que as ameaças estão presentes." Para ele, o governo deve melhorar o sistema de intercepção telefônica, para que seja mais eficaz.
Buscas por cúmplice
A mulher suspeita de ser cúmplice dos terroristas islâmicos que realizaram ataques em Paris na semana passada atravessou a fronteira da Turquia para a Síria na quinta-feira, 8 de janeiro, confirmou nesta segunda o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu.
A suspeita, Hayat Boumeddiene, mulher do jihadista Amedy Coulibaly --morto após o ataque contra um mercado judaico na capital francesa--, chegou ao aeroporto de Istambul em 2 de janeiro via Madri e permaneceu em um hotel, disse Cavusoglu. "Entrou na Turquia no dia 2 de janeiro, procedente de Madri. Há imagens [dela no aeroporto]".
Essas datas significam que a mulher estava na Turquia antes do início da violência em Paris, e que teria partido para a Síria enquanto os agressores ainda estavam foragidos.
Mesmo assim, a polícia francesa emitiu uma ordem de busca para determinar seu eventual papel no tiroteio realizado por Coulibaly em Montrouge, na periferia de Paris.
O primeiro-ministro disse que um dos maiores desafios são as "1.400 pessoas vinculadas às redes jihadistas no Iraque e Síria", seja porque tenham se integrado a elas, participado do recrutamento ou por terem manifestado vontade de se associar.
Valls acrescentou, no entanto, que o perigo não se limita a esse fenômeno, já que o próprio Coulibaly não fazia parte destas redes, e tanto a Al Qaeda como o Estado Islâmico lançaram mensagens para que seus seguidores permaneçam em seus países para cometer atentados sem levantar suspeitas. (Com agências internacionais)
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