Na ONU, Abbas declara que não mais cumprirá acordos com Israel
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou nesta quarta-feira (30) que não mais cumprirá os acordos de Oslo, em 1995, com Israel, que formaram a base para criação de dois Estados no longo conflito israelo-palestino.
O líder palestino acusou Israel de violar os acordos subsequentes, dizendo que “não podemos ser os únicos” fiéis a eles.
"Israel violou todos os acordos assinados", disse Abbas por pelo menos duas vezes em seu pronunciamento na 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York (EUA). "Israel destruiu a fundação política e de segurança sobre a qual estão baseados os acordos, (...) e deve assumir completamente suas responsabilidades como um poder ocupante."
"Nós somos um Estado sob ocupação", disse, "como os países após a Segunda Guerra".
"Vamos começar a implementar esta declaração que acabei de anunciar não pela violência, mas por meios legais", acrescentou.
O discurso de Abbas tem como fundo uma frustração crescente entre muitos palestinos sobre as negociações de paz com Israel, o conflito mais longo desde a fundação da ONU, há 70 anos.
O representante palestino descreveu a situação imposta por Israel a seu povo como um "apartheid". "A situação atual é insustentável", afirmou Abbas.
“Aqueles que desejam promover a paz devem parar o terrorismo e começar com a questão da Palestina”, disse. “Nós não aceitaremos soluções temporárias ou um Estado fragmentado”, afirmando que irá manter a unidade de seu território e de seu povo.
Em uma série de perguntas proferidas em seu discurso, Abbas acusou Israel de estar acima de todos e da lei:
“Já não é hora de a mais longa ocupação da história, sufocando nosso povo, chegar ao fim?"
"Até quando Israel permanecerá acima das leis internacionais e sem prestar as contas?”
Abbas fez seu discurso pouco antes da realização de uma cerimônia para hastear a bandeira palestina pela primeira vez na ONU, junto às bandeiras dos 193 países-membros.
"A Palestina merece a adesão e o reconhecimento pleno como um Estado das Nações Unidas", declarou no plenário.
No dia 10 de setembro, a Assembleia Geral votou a favor de permitir o hasteamento das bandeiras da Palestina e do Vaticano, ambos com status de membros observadores.
A resolução foi apoiada por 119 países, com 45 abstenções e oito votos contra, incluindo os de Austrália, Israel e Estados Unidos. (Com agências internacionais)
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