Bolsonaro diz se preocupar com entrada sem critério de imigrantes no Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse ao canal cristão americano CBN (Christian Broadcasting Network) que se preocupa com a entrada indiscriminada de imigrantes no Brasil.
A declaração foi dada ao falar sobre suas semelhanças com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A entrevista foi gravada ontem à tarde na Blair House, residência do complexo da Casa Branca onde se hospedou durante a visita oficial ao país, quando também recebeu nomes proeminentes da cena evangélica americana.
"Em grande parte eu apoio o que o Trump faz. Ele quer fazer a América grande. Eu também quero fazer o Brasil grande. Também tenho preocupações sobre a entrada indiscriminada de imigrantes, sem qualquer critério. Mas, além disso, ambos somos cristãos e homens tementes a Deus", afirmou Bolsonaro.
No sábado (16), um dos filhos do presidente, o deputado federal e presidente da Relações Exteriores da Câmara Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que integrou a comitiva, declarou que imigrantes ilegais brasileiros nos Estados Unidos eram uma "vergonha".
Em resposta, Malafaia foi às redes sociais reclamar da declaração e ambos travaram um bate-boca virtual breve.
A reportagem da CBN afirma que, como Trump, Bolsonaro gosta de usar as redes sociais para se comunicar com os eleitores e diz que a grande mídia está contra ele.
Segundo o canal, Bolsonaro está mexendo com o "establishment político", pois, "ao contrário de gestões anteriores que estabeleceram uma agressiva política externa antiamericana e antiisraelita, Bolsonaro quer laços mais fortes" com esses dois países.
Em seguida, cita a vontade de Bolsonaro em mudar a embaixada de Israel de Tel-Aviv para Jerusalém, mesmo procedimento adotado por Trump.
"Cada país tem o direito de decidir onde é sua própria capital. E a capital de Israel se tornou Jerusalém. Por isso, estudamos a possibilidade de fazer essa decisão no momento certo. Quando Trump assumiu, ele demorou quase nove meses para tomar a decisão. Estou no meu terceiro mês", explicou o presidente.
Ao longo da entrevista, o atentado a faca sofrido por Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018 é mencionado e Bolsonaro agradece a Deus pela recuperação de sua saúde.
"Devo minha vida a Deus e foi vontade Dele que vivesse", disse.
O pastor Silas Malafaia dá um rápido depoimento em que afirma que, apesar de Bolsonaro não ser evangélico - ele é católico -, "sempre defende os princípios que nós evangélicos defendemos", porque é "contra o aborto, privilégios do movimento LGBTQ, reconhece a grandeza e a importância de Israel, defende a família, que lutar contra a corrupção e recuperar nossa economia".
Na reunião com os pastores evangélicos, de mãos dadas, eles oraram pelo presidente e afirmaram trabalhar juntos para que Bolsonaro mantenha a tradição cristã e valores familiares do Brasil. Eles também se comprometeram em fornecer ajuda humanitária para a Venezuela.
Relatório do extinto Ministério do Trabalho mostra que, no ano passado, o Brasil registrou 68.405 migrantes, entre permanentes, residentes, temporários, provisórios, fronteiriços, asilados, entre outros.
Desde 2015 até 10 de outubro de 2018, 85 mil venezuelanos fugindo do regime ditatorial de Nicolás Maduro procuraram a Polícia Federal em Roraima para legalizar suas situações.
A assessoria da Polícia Federal informou não ter estimativa de quantos vivem ilegalmente no país.
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