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Trump diz que vai mobilizar militares para acabar com protestos nos EUA

Do UOL, em São Paulo*

01/06/2020 20h13

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje em discurso na Casa Branca que pode mobilizar militares para "acabar com os protestos" que vêm tomando conta do país nos últimos dias desde a morte de George Floyd. Citando a expressão "lei e ordem" mais uma vez, Trump ameaçou colocar o exército nas ruas do país caso os estados não consigam controlar a crise.

"Estou mobilizando milhares e milhares de soldados fortemente armados", disse o presidente, que conclamou os governadores a agir. Mais cedo, Trump já havia chamado os chefes dos estados de "fracos" e cobrou que eles "dominem" os manifestantes.

"Se vocês não os dominarem, estão perdendo tempo. Eles vão atropelá-los. Vocês vão parecer um bando de imbecis. Vocês têm de dominar", repetiu o presidente americano em uma videoconferência com os governadores.

No pronunciamento, voltou a chamar a atenção deles. "Prefeitos e governadores devem estabelecer uma presença esmagadora de agentes da lei até que a violência seja contida", avisou Trump.

"Se uma cidade ou estado se recusar a adorar as ações necessárias para defender a vida e a propriedade de seus residentes, então eu irei enviar os militares dos Estados Unidos e resolverei o problema rapidamente para eles", afirmou o presidente.

Trump afirmou que as pessoas que ameaçarem vidas ou propriedades durante os protestos "vão enfrentar punições severas e sentenças longas na cadeia". O presidente americano classificou os atos de violência dos protestos como "terrorismo doméstico".

Enquanto Trump falava, no lado de fora manifestantes eram dispersados com gás lacrimogêneo pela segurança. Após o pronunciamento, Trump deixou a Casa Branca a pé com a escolta do Serviço Secreto e foi até uma igreja próxima, onde posou para fotos segurando uma bíblia.

Necropsia apontou morte de Floyd por "compressão do pescoço"

Um comunicado do condado de Hennepin, em Mineápolis, divulgado hoje, afirmou que George Floyd morreu vítima de "homícidio devido à compressão do pescoço" ao ser imobilizado por um policial. Esse foi o resultado da necropsia realizada no corpo do homem de 46 anos, morto há uma semana.

O exame também apontou que Floyd tinha "doença cardíaca aterosclerótica e hipertensiva; intoxicação por fentanil (opioide usado como analgésico); uso recente de metanfetamina". O comunicado esclareceu, no entanto, que "a forma da morte não é uma determinação legal de culpa ou intenção".

A morte de Floyd detonou uma onda de indignação e protestos contra a violência policial e o racismo nos EUA.

* Com informações da AFP e da Reuters