Trump chamou Theresa May de 'fraca' e Merkel de 'estúpida', diz TV
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intimidou a ex-primeira ministra do Reino Unido Theresa May, chamando-a de "fraca e sem coragem", e afirmou que a chanceler alemã, Angela Merkel, era "estúpida", em telefonemas às chefes de Estado.
A informação é da CNN, com base em apurações e conversas com fontes da Casa Branca e autoridades de serviços de inteligência durante quatro meses.
De acordo com o repórter Carl Bernstein, May e Merkel eram as duas líderes nas quais Trump mais dirigia palavras não respeitosas. As fontes descreveram os telefonemas para May como "humilhantes e intimidadores", com o presidente alegando que ela foi "covarde" nas negociações do Brexit.
"Ele ficava agitado com alguma coisa com Theresa May, depois ficava desagradável com ela por telefone. Ele claramente a intimidou e pretendia isso", disse uma das fontes.
Sobre Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha, uma outra fonte alega que "algumas das coisas que ele disse à ela são inacreditáveis: ele a chamou de 'estúpida' e a acusou de estar no bolso dos russos".
A premiê se comportava diante dos ataques de maneira calma e paciente, rebatendo as alegações de Trump com "recitações de fato".
A Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro do Reino Unido, não respondeu aos questionamentos da reportagem e apenas mostrou o local do seu site em que ficam registradas conversas entre líderes mundiais.
A Casa Branca se pronunciou através da vice-secretária de imprensa, Sarah Matthews, dizendo: "o presidente Trump é um negociador de classe mundial que sempre promoveu os interesses dos EUA no cenário mundial. O presidente mostrou sua capacidade de promover os interesses estratégicos da América".
Outras discussões
Trump também menosprezava outros líderes, especialmente o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau e o da Austrália, Scott Morrison.
Ele discutia da mesma maneira "agressiva", segundo os relatos, com governadores sobre a pandemia de coronavírus.
Emmanuel Macron, apesar dos tons das conversas, era um dos chefes que mais ligava para Trump. O presidente francês tentava mudar a posição do norte-americano sobre as questões climáticas, políticas ambientais e a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã.
As conversas com Macron não surgiam efeito, enquanto Trump verbalizava com "chicotadas" que a França não cumpria metas de gastos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e sobre a política de imigração do país.
Linha direta com Erdogan e Putin
O presidente da Turquia, Recep Erdogan, e Vladimir Putin, presidente da Rússia, eram os dois líderes com canal direto para falar com o presidente dos EUA.
Seria um pedido do próprio Donald Trump direcionar as ligações da Turquia para ele. Erdogan telefonava, pelo menos, duas vezes na semana.
O teor era sobre como ele, Trump, era mais proveitoso na administração do país do que comparado a George Bush e Barack Obama, além da tratar sobre o conflito na Síria.
Erdogan exigia de Trump pedidos para conceder um status preferencial de comércio à Turquia. Em contrapartida, Trump se mostrou irritado por Erdogan não libertar um pastor evangélico americano preso, Andrew Brunson, acusado de envolvimento na tentativa de golpe turco em 2016.
Com Putin, as fontes disseram que o norte-americano mantinha uma postura de "extremamente solicitante e de admiração", buscando uma aprovação do presidente Russo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.