Porta-voz diz que Ucrânia aceitou proposta para negociar cessar-fogo
Um porta-voz do presidente Volodímir Zelensky disse hoje que a Ucrânia aceitou a proposta do presidente russo, Vladimir Putin, para abrir as negociações de um cessar-fogo. Os dois países agora discutem local e o horário do encontro, segundo o funcionário.
Tenho que refutar as alegações de que nos recusamos a negociar. A Ucrânia estava e está pronta para falar sobre cessar-fogo e paz - essa é nossa posição constante. Respondemos de acordo com a proposta do presidente da Rússia [Vladimir Putin]. Sergei Nikiforov, porta-voz da Ucrânia, em sua conta no Facebook
"Quanto mais cedo as negociações começarem, mais chances haverá de restaurar a vida normal", acrescentou Nikiforov.
Zelensky pediu ao primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, para acolher e mediar as negociações entre Ucrânia e Rússia, segundo o embaixador ucraniano em Israel disse para a CNN dos Estados Unidos.
"Nosso presidente acredita que Israel é o único Estado democrático que tem grandes relações tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia e isso poderia ser usado para facilitar essas negociações", disse Yevgen Korniychuk.
O pedido de Zelensky ainda não foi respondido publicamento, mas Korniychuk disse que Israel "nem concorda ou nega, estão considerando e isso é um sinal positivo".
Enquanto isso, a Hungria manifestou sua disponibilidade para ser uma plataforma de negociações entre os países em conflito, segundo um representante do governo húngaro. A informação é da emissora ucraniana Nexta.
Diplomacia "com uma arma na cabeça"
O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Ned Price, reagiu afirmando que a proposta da Rússia de conversar com a Ucrânia é uma tentativa de conduzir diplomacia "com uma arma na cabeça". Price disse que se Rússia quiser falar a sério sobre diplomacia precisa primeiro parar os bombardeios.
Agora vemos Moscou sugerindo diplomacia com uma arma na cabeça, ou enquanto mísseis, morteiros e a artilharia de Moscou atingem o povo ucraniano. Isso não é diplomacia de verdade. Não são as condições para diplomacia de verdade. Ted Price, porta-voz do Departamento de Estado americano
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já havia adiantado mais cedo que a Rússia estava preparada para enviar uma delegação para Minsk, capital de Belarus, para negociações.
As forças militares russas avançam rapidamente em direção a Kiev, capital da Ucrânia —o ataque começou ainda pela madrugada (horário de Brasília). As sirenes de emergência voltaram a soar na manhã de hoje na cidade, em meio a novos bombardeios. Um caça ucraniano foi abatido. O movimento dos militares da Rússia foi acompanhado por aliados da Ucrânia
Ontem (24), a Rússia invadiu o território ucraniano e atacou instalações militares por todo o país. O ataque aconteceu por terra, mar e ar, relataram veículos de imprensa internacionais e o governo ucraniano.
As forças de Putin dispararam mais de 160 mísseis contra alvos militares ucranianos. Na tentativa de fuga, milhares de moradores começaram a deixar a capital Kiev ainda ontem, formando longas filas de carros nas estradas, em postos de gasolina. Filas se formaram também em supermercados e caixas eletrônicos.
Os russos entraram pelo norte, sul e leste da Ucrânia, em uma ofensiva que, segundo o presidente Volodímir Zelensky, matou 137 civis —uma criança entre eles— e deixou mais de 300 feridos.
ONU chama a atenção para crise
O Alto Comissariado da ONU (Organização das Nações Unidas) para Refugiados alertou que, se a guerra na Ucrânia continuar, um total de 4 milhões de pessoas poderão fugir e buscar refúgio nos países da região. O alerta é feito num momento em que ataques se aproximam das grandes cidades da Ucrânia, enquanto famílias inteiras tentam chegar às fronteiras.
De acordo com a entidade, isso significa que quase 10% da população de um país de 44 milhões de habitantes seria afetada. A ONU ainda denuncia o governo da Rússia por "violar o direito internacional" e tomar ações que "ameaçam o direito à vida".
"Estamos registrando um movimento substancial de pessoas pelo país", disse uma porta-voz do Acnur. Segundo ela, 100 mil pessoas já deixaram suas casas e são vítimas de deslocamentos internos.
Mais de 130 cidadãos da Ucrânia mortos
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, anunciou ontem a morte de pelo menos 137 cidadãos ucranianos no primeiro dia da invasão russa ao país.
"137 heróis, nossos cidadãos" perderam a vida, disse o presidente em um vídeo publicado no site do governo, acrescentando que outros 316 ucranianos ficaram feridos nos combates.
Na madrugada de ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, deu sinal verde para o que definiu como "operação militar especial" contra a Ucrânia. O governo ucraniano diz que a ação é uma "invasão total".
* Com informações da agência Reuters
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.