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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Rússia x Ucrânia: Tropas russas entram na capital Kiev

Thaís Augusto

Do UOL, em São Paulo*

25/02/2022 09h01Atualizada em 25/02/2022 11h23

As tropas russas entraram em Kiev, capital da Ucrânia, por volta das 13h50 (horário local), confirmou o prefeito Vitaliy Klitschko. O movimento de militares da Rússia estava sendo acompanhado por aliados da Ucrânia e uma invasão em Kiev era esperada para as próximas horas.

Ontem (24), a Rússia invadiu o território ucraniano e atacou instalações militares por todo o país. O ataque aconteceu por terra, mar e ar, relataram veículos de imprensa internacionais e o governo ucraniano. Mais de uma centena de pessoas morreram, inclusive crianças.

Após invadir a capital, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que o acesso para Kiev ao oeste da Ucrânia foi bloqueado. As entradas de Chernihiv, uma cidade localizada no norte da Ucrânia, também foram bloqueadas por militares.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o major-general Igor Konashenkov afirmou que as tropas russas também estão controlando o aeródromo estratégico de Gostomel, nos arredores da capital Kiev. Paraquedistas desembarcaram no local.

Explosões em Kiev marcaram o início do segundo dia de invasão russa. Por volta das 23h30 (horário de Brasília) de ontem, duas explosões foram ouvidas no centro de Kiev por repórteres da rede de TV americana CNN.

Na madrugada, um foguete disparado pela Rússia atingiu um prédio de Kiev, deixando três feridos. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, acusa a Rússia de atacar áreas residenciais de Kiev. As autoridades russas negam e dizem estar tomando todas as medidas para evitar baixas entre a população civil.

Mapa Ucrania - Arte/ UOL - Arte/ UOL
Imagem: Arte/ UOL

De acordo com fontes militares, Kiev é o principal alvo do presidente russo Vladimir Putin para "decapitar o governo" ucraniano e instalar um Executivo favorável a Moscou.

Ucrânia entrou em fase de defesa, diz prefeito

O prefeito de Kiev, Vitaliy Klitschko, disse hoje que a capital entrou na fase de defesa. Por vídeo, ele pediu aos moradores de Kiev que sejam vigilantes e que não deixem suas casas ou abrigos sem necessidade.

A situação é complicada e tensa. Hoje o exército russo atacou Kiev. Depois das quatro da manhã, ataques com mísseis foram disparados contra áreas residenciais de Kiev. Fique dentro de casa ou em abrigos.
Prefeito de Kiev, Vitaliy Klitschko

"A cidade entrou na fase de defesa. Agora, em algumas áreas da capital, tiros e explosões serão ouvidos. O inimigo já está em Kiev. Devemos manter a capital que o inimigo quer colocar de joelhos e destruir", afirmou Klitschko.

O prefeito também incentivou que cidadãos peguem em armas para ajudar os soldados ucranianos.

O governo da Ucrânia tem reforçado o pedido por diálogo para colocar fim à violência na região. Ao mesmo tempo, países têm aplicado sanções à Rússia.

Nesta manhã, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que o país está disposto a negociar se a Ucrânia deixar de lutar e "soltar as armas". Segundo o chanceler da Rússia, o país não tem a intenção de ocupar Ucrânia, mas "libertar os ucranianos da opressão".

"Estamos prontos para negociações, a qualquer momento, assim que as forças armadas ucranianas ouvirem nosso chamado e soltarem suas armas", disse Lavrov em entrevista coletiva.

Presidente da Ucrânia diz que sua família está escondida

Ontem, em discurso televisionado, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que membros de sua família estão sofrendo ameaças e, por isso, estão escondidos. As informações foram divulgadas pelo ABC News.

O inimigo me identificou como alvo nº 1 e minha família como alvo nº 2. Eles querem destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado.
Presidente Volodymyr Zelensky

Enquanto a família está escondida, o presidente Zelensky está hospedado no bairro onde está localizada a sede do governo "com todos os que são necessários para o trabalho do governo central".

Ele reiterou que ele e sua família não são "traidores".

Governo da Ucrânia sugere uso de coquetéis molotov

Ontem, o Ministério da Defesa da Ucrânia pediu aos civis da região que peguem em armas. "Pedimos aos cidadãos que nos informem sobre as movimentações inimigas, que preparem coquetéis molotov e neutralizem o ocupante", afirma uma nota da pasta.

A Ucrânia também proibiu a saída de homens de 18 a 60 anos do país, devido à imposição da lei marcial, que altera as regras de funcionamento de um país, deixando de lado as leis civis e colocando em vigor leis militares.

Cerca de 18 mil armas foram distribuídas a reservistas na região de Kiev entre ontem e hoje.

"Em breve vamos receber suporte adicional de armas modernas e outros recursos de nossos parceiros", disse o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov.

Separatistas pró-Rússia planejam expandir território

Os líderes separatistas ucranianos apoiados pela Rússia esperam que suas tropas se desloquem além das fronteiras de Donetsk e Luhansk muito em breve, afirmaram às agências de notícias russas.

Atualmente, os separatistas controlam apenas partes dessas províncias. A Rússia reconheceu a independência dessas regiões dias antes de lançar uma invasão total contra a Ucrânia.

No 1º dia de invasão, milhares de ucranianos deixam o país

Horas após o presidente russo Vladimir Putin autorizar uma invasão na Ucrânia, milhares de moradores começaram a deixar a capital Kiev. Longas filas de carros foram registradas na manhã de ontem em estradas, supermercados, postos de gasolina e também em caixas eletrônicos.

Segundo a CNN Internacional, a ACNUR (agência de refugiados da ONU - Organizações Nações Unidas) afirmou que mais de 100 mil pessoas se deslocaram ontem dentro da Ucrânia, "fugindo da violência por segurança".

"Houve um deslocamento significativo dentro do país —parece que mais de 100 mil pessoas se mudaram dentro das fronteiras fugindo da violência por segurança. E tem havido movimentos em direção e através das fronteiras internacionais. Mas a situação ainda é caótica e está evoluindo rapidamente", disse Matthew Saltmarsh, porta-voz da ACNUR.

Segundo cálculos da União Europeia, mais de um milhão de pessoas podem chegar a essas nações nos próximos dias. Polônia, Romênia e Hungria já anunciaram planos para receber os ucranianos de maneira emergencial.

Uma parte da população busca refúgio em estações do metrô. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou ontem que quatro estações de metrô seriam desativadas para serem usadas como abrigos de ataque aéreo.

*Com informações da Reuters