Embaixador brasileiro e equipe deixam capital da Ucrânia
O embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton de Andrade Mello Rapesta, divulgou um vídeo ontem, nas redes sociais, informando que ele e sua equipe deixaram Kiev. Tropas da Rússia avançam em direção a capital do país.
Na gravação, publicada pelo site "Poder360", Rapesta diz que não deixará a Ucrânia até a retirada dos cidadãos brasileiros. "A minha equipe e eu não vamos sair da Ucrânia até podermos tirar, se não todos, a maior parte dos brasileiros que estão aqui que queiram sair."
O embaixador disse que ele e sua equipe estão bem. Ao site, ele disse que está em Lviv (a cerca de 460 km de Kiev), no oeste do país. A viagem teve "muitos engarrafamentos" e durou 13 horas, contou ele.
"Estamos em contato direto com o ministro [das Relações Exteriores] Carlos França, que apoia tudo, que está coordenando tudo de lá [Brasil]. É um esforço hercúleo, de muita gente, numa situação que ninguém, ninguém, nenhum de nós tinha a menor experiência, a menor ideia de que pudesse acontecer."
No dia 14 de fevereiro, dias antes da invasão russa à Ucrânia, Rapesta afirmou, em entrevista ao UOL News, que a situação era de "plena normalidade" no país. Na ocasião, ele estimou haver cerca de 500 brasileiros no país.
Questionado como estava a situação na Ucrânia com o aumento da tensão entre os dois países, Rapesta disse que não acreditava que haveria uma guerra.
"Estamos aprendendo, estamos sobrevivendo, estamos ajudando, estamos apanhando, estamos sofrendo e estamos tendo frustrações. Mas, com a união de todos e as orações daqueles que acreditam, vamos conseguir tirar os brasileiros da Ucrânia", continuou Rapesta no vídeo publicado ontem.
Ainda na gravação, o embaixador diz que há muitas críticas e reclamações, mas questionou: "Quem já passou por uma guerra verdadeira, com bombardeio, com tiro, com morte, com desgraça? É duro, mas com bom humor, com bom espírito, vamos sair vitoriosos e voltar para casa felizes, com dever cumprido."
Nota divulgada ontem pelo Ministério das Relações Exteriores informa que "por força da deterioração da situação de segurança em Kiev, embaixadas de vários outros países têm igualmente estabelecido missões de apoio fora da capital da Ucrânia, sobretudo em Lviv".
O Itamaraty orienta que, em casos de emergência, o plantão consular brasileiro pode ser contatados pelo número de telefone +55 61 98260-0610. A Embaixada em Kiev continua transmitindo orientações por meio de mensagens em seu site, em sua página no Facebook e em grupo do aplicativo Telegram.
Ontem, sexto dia de invasão, os ataques aéreos da Rússia atingiram pontos estratégicos da Ucrânia. Em Kiev, um dos alvos foi uma torre de TV. Em uma postagem no Instagram, o prefeito informou que cinco civis morreram, segundo dados preliminares — eles passavam na calçada no momento em que a torre caiu.
Rússia diz ter tomado cidade de Kherson
O sétimo dia da invasão da Rússia à Ucrânia começou sob fortes ataques russos, principalmente em Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, no leste do país, com registro de mortes. Em Kiev, a capital ucraniana, a tensão aumenta.
No sul do país, as forças do presidente russo, Vladimir Putin, dizem ter tomado o controle da cidade de Kherson, perto da península da Crimeia. Autoridades ucranianas negam, e falam em cerco.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 835 mil pessoas já fugiram da Ucrânia em razão do conflito.
Autoridades de Kiev divulgaram mensagens, hoje, alertando que "o inimigo está reunindo forças mais perto da capital", citando ataques a uma igreja e combates em cidades próximas, como Bucha e Gostomel.
As autoridades dizem que estão se preparando e que defenderão Kiev, e pedem para que os cidadãos "não percam a resistência". Elas relembram que a cidade tem toque de recolher entre 20h e 7h, e que "a infraestrutura crítica da capital está funcionando".
O exército ucraniano alertou para manobras das tropas invasoras para cercar e atacar as principais cidades do país, incluindo Kiev, para onde se dirige um enorme comboio de veículos e armamentos russos, segundo imagens de satélite.
A coluna de tanques e caminhões está paralisada há três dias por falta de combustível e de alimentos para as tropas, estimam vários estrategistas militares ocidentais.
- Veja as últimas informações sobre a guerra na Ucrânia no UOL News com Fabíola Cidral:
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