Rússia tentará justificar invasão com eleições falsas, diz Reino Unido
O presidente Vladimir Putin tentará justificar a invasão à Ucrânia com a realização de um referendo em Kherson, cidade portuária sob controle das Forças Armadas da Rússia. A avaliação consta em relatório da Inteligência do Reino Unido.
Segundo o documento, o referendo é parte de um plano para legitimar a área como uma república separatista —assim como aconteceu em Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, dias antes do início da invasão.
Para o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, Putin está tentando "alguma forma de legitimidade" na Ucrânia após falhar na tentativa de uma guerra relâmpago para instalar um governo "fantoche". As declarações foram dadas em entrevista à emissora Sky News.
É bastante óbvio que Vladimir Putin e os militares russos estão tentando alguma forma de legitimidade ou justificativa para suas ações militares. Uma eleição falsa para tentar justificar a agressão da Rússia à Ucrânia será reconhecida exatamente pelo que é. E isso é uma farsa.
Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly
A Ucrânia acusa a Rússia de sequestrar prefeitos para instalar seu próprio governo em cidades ucranianas. Na sexta-feira (11), o prefeito de Melitopol, Ivan Fedorov, foi preso após ser acusado de terrorismo. Uma nova prefeita foi nomeada no dia seguinte pela Rússia.
A cidade de Melitopol faz parte da região de Zaporozhye, entre Mariupol e Kherson. No domingo (13), a Ucrânia relatou o sequestro de mais um prefeito: Yevhen Matveyev de Dniprorudne, cidade próxima a Melitopol.
O relatório da Inteligência do Reino Unido diz que várias manifestações estão sendo realizadas em cidades ocupadas pelos russos, inclusive em Kherson e Melitopol. Há relatos de que, durante os protestos de ontem, as forças russas dispararam tiros de advertência para dispersar os civis.
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