Chinês é chamado de 'traidor nacional' após vídeos contra invasão russa
O programador chinês Wang Jixian se tornou uma voz da resistência na Ucrânia quando postou vídeos de seu paradeiro para informar seus pais que ele estava bem em meio à invasão russa da no país do leste europeu.
Tudo começou em 24 de fevereiro, o primeiro dia da invasão, quando Jixian publicou um clipe em Douyin, a versão chinesa do TikTok, para descrever como as coisas estavam normais apesar da guerra iminente.
No vídeo, ele diz: "Estou voltando das compras por mantimentos".
Mas com o passar dos dias, o ataque russo à Ucrânia aumentou. Quando ele entrava no Douyin, Jixian conta que via o povo chinês elogiando as tropas russas ou apoiando a invasão.
"Fiquei muito bravo, então pensei em gravar vídeos para eles e dizer a eles qual é o verdadeiro campo de batalha", disse ele à CNN.
Ele logo começou a se tornar ativo em vários aplicativos de mídia social como o YouTube e o aplicativo de mensagens chinês WeChat em que começou a postar vídeos para sensibilizar as pessoas sobre a guerra.
Seu esforço valeu a pena e logo ele ganhou força por oferecer uma perspectiva independente sobre a guerra, ao contrário da mídia chinesa que vem propagando as alegações russas de destronar o "regime nazista" prevalente no país do leste europeu.
Em um vídeo, o homem segura seu passaporte chinês e diz: "Esses guardas ucranianos não são nazistas, são programadores de TI, pessoas comuns, barbeiros - essas são as pessoas", informou a CNN.
No entanto, a ascensão à fama foi logo seguida pelos detratores que o criticaram por não se aliar às opiniões chinesas, chegando a chamá-lo de "traidor nacional".
De acordo com a CNN, um crítico disse a Jixian em Douyin: "Você não precisa mais desse passaporte chinês, você já esqueceu de que país você é", acrescentando: "A posição oficial do país deve ser a posição de todos os chineses."
China segue neutra e Ucrânia pede posicionamento
Apesar de enfrentar a pressão global, a China até agora assumiu uma posição neutra na guerra Rússia-Ucrânia e disse que as "preocupações legítimas de segurança" de Moscou devem ser levadas a sério.
Houve relatos de que a China enviou ajuda militar e econômica à Rússia —o que Pequim nega.
Hoje, o conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky disse o seguinte em seu perfil no Twitter: "A China pode ser o elemento importante do sistema de segurança global se tomar a decisão certa de apoiar a coalizão dos países civilizados e condenar a barbárie russa. É uma chance de sentar à mesa como iguais. O Ocidente deve explicar a Pequim como US$ 1,6 trilhão difere de US$ 150 bilhões".
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