Ucrânia: Corredor humanitário de Mariupol 'não funcionou como planejado'
A Ucrânia informou que o corredor humanitário de Mariupol, cidade portuária no sudeste do país, "não funcionou" hoje. A região está sitiada pelos russos há várias semanas, porque tropas russas cercam o local praticamente desde o início da invasão há um mês.
"Infelizmente, o corredor humanitário de Mariupol não funcionou como planejado hoje", disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, em um comunicado pelo Telegram. Ela garantiu que os trabalhos na região serão retomados amanhã.
Vereshchuk, ainda acusou as tropas russas de violar o cessar-fogo e bloquear os veículos que tentavam deixar a cidade. Segundo ela, isso aconteceu "devido à falta de controle [dos russos] sobre seus próprios militares no terreno".
Ucranianos fazem 'último apelo' em Mariupol
Comandante da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais da Ucrânia, Serhiy Volynsky pediu para que militares e civis em Mariupol, cidade ucraniana sitiada pelos russos, sejam retirados da fábrica de Azovtal. Em mensagem em vídeo, divulgada hoje por veículos ucranianos de imprensa, Volynsky disse que "este pode ser o último apelo".
"Podemos ter alguns dias ou horas restantes", afirmou.
O Ministério da Defesa da Rússia renovou o ultimato aos militares ucranianos na siderúrgica de Azovtal, em Mariupol. A fábrica é o principal bastião de resistência restante em Mariupol. Ao menos 500 militares estariam feridos no local, que também abriga civis.
O prazo de saída era até as 8h, horário de Brasília, desta quarta-feira (20), 56º dia da guerra da Rússia em território ucraniano. Passado o horário, não houve rendição ucraniana até o momento nem nova manifestação russa a respeito.
Rússia diz que enviou propostas para interromper guerra
A Rússia alega ter entregado novas propostas para a interrupção do conflito com a Ucrânia. O porta-voz russo, Dmitry Peskov, afirmou que a "bola agora está no campo" ucraniano.
No entanto, segundo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, os ucranianos não tiveram acesso a nenhum documento sobre esse assunto vindo hoje dos russos.
A guerra e as movimentações dos dois lados, atualmente, estão focadas na região de Donbass, na qual se encontram os territórios separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.
Essa região não foi incluída nos debates e negociações, mesmo que a Rússia reivindique sua soberania - mas é possível que essas novas propostas, das quais ainda não se sabe o teor, citem Donbass e uma futura anexação russa, como aconteceu com a Crimeia.
Anteriormente, a Ucrânia já havia exigido a manutenção da integridade territorial desse leste de seu território.
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