Líderes internacionais condenam ataque a hospital em Gaza: 'Inaceitável'
Líderes internacionais condenaram o ataque ao Hospital Batista Al-Ahly Arab, localizado no centro da cidade de Gaza, que deixou pelo menos 500 mortos.
O grupo extremista Hamas acusou Israel pelo ataque e chamou o ato de "genocídio". Israel, por sua vez, disse que informações de inteligência apontam que o bombardeio ocorreu após um disparo fracassado do grupo Jihad Islâmica, que chamou a acusação de "mentira" e "invenção".
O que disse a comunidade internacional:
Autoridade Palestina se manifesta e decreta três dias de luto. Em nota, Mahmoud Abbas, presidente da entidade que governa a Cisjordânia, definiu o ato como um "ataque brutal de Israel".
O primeiro-ministro do Canadá do Canadá, Justin Trudeau, classificou o episódio como "inaceitável" e pediu respeito ao direito internacional em meio à guerra. "Existem regras em torno das guerras e não é aceitável atingir um hospital. As notícias que chegam de Gaza são horríveis e absolutamente inaceitáveis", afirmou.
O chefe da ONU (Organização das Nações Unidas) para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, repudiou o ataque. "Centenas de pessoas mortas. Gaza está de joelhos. Os sistemas de saúde, água e saneamento estão entrando em colapso. As pessoas estão sendo despojadas de sua dignidade", declarou.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse condenar "veementemente" o ataque ao hospital. "O hospital estava funcionando e abrigava pacientes, profissionais de saúde e de atendimento, além de pessoas deslocadas internamente. Os primeiros relatórios indicam centenas de mortes e feridos".
Em nota, a instituição Médicos Sem Fronteiras disse estar "horrorizada" e considerou "absolutamente inaceitável" o bombardeio no local. "Estamos horrorizados com o recente bombardeio ao hospital Ahli Arab, na cidade de Gaza, que tratava pacientes e acolhia moradores de Gaza deslocados. Estima-se que centenas de pessoas foram mortas. Isto é um massacre. É absolutamente inaceitável".
O Congresso dos Estados Unidos divulgou um comunicado assinado por parlamentares progressistas em que pede um "cessar-fogo", além da "desescalada" do conflito. "Toda a vida humana é preciosa e atacar civis, independentemente da sua fé ou etnia, é uma violação do direito humanitário internacional", dizem os congressistas.
A União Europeia falou na importância de "mediar os conflitos" frente o ocorrido em Gaza, mas defendeu o "direito de Israel em se defender". "Precisamos fazer tudo o que é possível para impedir uma escalada regional. Somos uma união de valores. Precisamos enviar uma mensagem muito clara e forte de condenação dos ataques terroristas perpetrados pelo Hamas. Reafirmamos o direito israelense em se defender, mas tem de estar de acordo com a lei internacional", declarou o presidente do Conselho, Charles Michel.
A Jordânia atribuiu o ataque à Israel e condenou o lançamento do foguete que explodiu na unidade de saúde, provocando a morte de centenas de pessoas.
O que aconteceu
O ataque atingiu o Hospital Batista Al-Ahly Arab, localizado no centro da cidade de Gaza.
A maioria das vítimas é composta por mulheres e crianças, afirmou o Ministério da Saúde. O governo que administra a Faixa de Gaza atribuiu o ataque a Israel e chamou o ato de "crime de guerra", segundo nota obtida pela CNN.
Um médico que atua em Gaza afirmou que as pessoas foram ao hospital por considerarem o local como seguro frente os ataques da última semana à região, disse Ziad Shehadah à emissora Al Jazeera.
As pessoas deixaram suas casas pensando que eram mais perigosas e se mudaram para nossas escolas e hospitais para ficarem seguras. E, em um minuto, todas elas foram mortas em um hospital. O número de mortos neste momento é de mais de 500, mas acreditamos que esse número chegará a mais de 1.000. É um massacre.
Médico que atua na Faixa de Gaza, em entrevista a Al Jazeera
Newsletter
DE OLHO NO MUNDO
Os principais acontecimentos internacionais e uma curadoria do melhor da imprensa mundial, de segunda a sexta no seu email.
Quero receberO hospital tinha centenas de "pacientes, feridos e pessoas deslocadas à força de suas casas devido aos ataques de Israel", dizem as autoridades palestinas.
Um novo crime de guerra cometido pela ocupação no bombardeio do Hospital Al-Ahli Arabi no centro da Cidade de Gaza, resultando na chegada de dezenas de mártires e feridos ao Complexo Médico Al-Shifa devido ao bombardeio. Deve-se notar que o hospital abrigou centenas de pacientes, feridos e pessoas deslocadas de suas casas à força devido aos ataques aéreos.
Comunicado das autoridades palestinas de Gaza a respeito de ataque a hospital
Atacar deliberadamente hospitais é considerado um crime de guerra, segundo o Estatuto de Roma. "Conduzir intencionalmente ataques contra edifícios dedicados à religião, educação, arte, ciência ou fins de caridade, monumentos históricos, hospitais e locais onde os doentes e feridos são recolhidos, desde que não sejam objetivos militares", diz o Artigo 8 do Estatuto.
Israel acusa Jihad Islâmica, que também nega envolvimento
Segundo Israel, houve um disparo em massa de foguetes da Jihad Islâmica em direção a Israel no momento do ataque ao hospital. Na rede social X, antigo Twitter, o porta-voz do Exército diz que as informações são da inteligência de Israel e de "diversas fontes do que dispomos".
À Reuters, o porta-voz da Jihad Islâmica chamou a acusação de "mentira" e "invenção".
Isso é uma mentira e uma invenção, é completamente incorreto. Os ocupantes [o exército de Israel] estão tentando encobrir o crime horrível e o massacre que cometeram contra os civis.
Daoud Shehab, porta-voz da Jihad Islâmica, à Reuters
Guerra chega ao 11º dia com mais ataques a civis
Mais cedo nesta terça-feira, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos, UNRWA, informou que um ataque aéreo israelense matou pelo menos seis pessoas depois de atingir uma de suas escolas que funcionava como abrigo para pessoas deslocadas.
Ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza também deixaram cerca de 80 mortos hoje, disseram a autoridades palestinas. Bombardeios atingiram, inclusive, a região de Rafah. A cidade na fronteira com o Egito foi o local para onde muitas pessoas fugiram para escapar dos constantes ataques que Gaza tem sofrido.
Até o momento, o conflito já deixou mais de 4.200 mortos, sendo cerca de 3 mil do lado palestino e aproximadamente 1.800 mil no lado israelense, dos quais 947 civis foram identificados, segundo a polícia.
O grupo extremista Hamas também diz ter entre 200 e 250 reféns e divulgou um vídeo exibindo uma delas, a franco-israelense Maya Sham, que pede para ser resgatada da Faixa de Gaza.
*Com informações da Reuters e AFP
Deixe seu comentário