Netanyahu demorou para negociar liberação de reféns, diz Tales: 'Vexame'

Por não querer negociar a liberação dos reféns no início do conflito entre Israel e Hamas, Benjamin Netanyahu agora passa "vexame" aos olhos do mundo por mostrar milhares de palestinos presos, disse o colunista do UOL Tales Faria no UOL News da manhã desta sexta-feira (24).

Se Netanyahu tivesse se disposto a negociar a liberação dos reféns logo no início, não haveria 15 mil mortes e, talvez, até mais reféns tivessem sido liberados. O que ocorreu? Ocorreu que ele anunciou que não iria negociar, que ia destruir o Hamas, não conseguiu, e teve que negociar.

Ele ainda está tendo que pagar o vexame de mostrar ao mundo que havia milhares de palestinos presos, com boa parte deles sem julgamento, e uma parte deles de mulheres e crianças.

Os primeiros reféns libertados pelo Hamas após acordo com Israel cruzaram hoje a fronteira com o Egito 49 dias após o início do conflito. Além dos 13 reféns previstos no acordo, também foram liberados outros dez tailandeses e um filipino hoje. Todos tinham sido raptados no dia 7 de outubro.

Para Netanyahu, é uma derrota que está ocorrendo. Ele está fazendo tudo isso para tentar se manter no poder, porque já estava sofrendo apupos de todos os lados, inclusive internacionais, pelas 15 mil mortes que causou de palestinos na Faixa de Gaza, fora as crianças e mulheres inocentes.

É uma loucura. O Netanyahu agiu, em termos de estratégia, de forma completamente errada, uma estratégia nociva para a humanidade como um todo. Cometeu crimes contra a humanidade e agora está passando essa vergonha.

O que aconteceu

Grupo embarcou em ambulâncias da Cruz Vermelha a caminho de Khan Younis, no sul de Gaza. Eles seguiram para a passagem de Rafah para o Egito.

Não há informações sobre quando essas pessoas serão levadas a Israel, onde serão recebidas em hospitais.

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Em Israel, os reféns —incluindo mulheres e crianças— serão encaminhados para seis hospitais. Os militares israelenses publicaram uma nota pedindo ao público por "paciência e sensibilidade, e respeito à privacidade dos reféns libertados e da família deles".

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, disse que o grupo está empenhado em cumprir os termos da trégua, "desde que Israel faça o mesmo". Um vídeo curto foi publicado em um canal do Hamas no Telegram. "O movimento também saúda a continuação dos bons ofícios e os esforços contínuos para acabar com a agressão sionista contra o nosso povo", diz uma mensagem que acompanha o vídeo.

Do lado israelense, 39 prisioneiros palestinos serão libertados. No grupo estão 24 mulheres e 15 menores de idade - eles foram levados à prisão de Ofer, na Cisjordânia, e passam por exames de saúde junto a funcionários da Cruz Vermelha antes da libertação.

Hamas e Israel firmaram um acordo de trégua de quatro dias em troca de liberação mútua de prisioneiros. Israel concordou em libertar cerca de 150 palestinos que estavam em prisões —a maioria deles, mulheres e menores de idade.

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Ao todo, cerca de 240 pessoas são feitas reféns do Hamas em Gaza, desde 7 de outubro, quando foram realizados os primeiros ataques do Hamas no sul de Israel.

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