Conteúdo publicado há 1 mês

Análise mostra que casco do submarino Titan tinha falhas, diz especialista

Um pedaço do casco de fibra de carbono recuperado após a implosão do submarino Titan indica que o material tinha "anomalias".

O que aconteceu

Especialistas analisaram material que estava no fundo do mar. Foram encontradas falhas como "ondulações e rugas dentro das camadas do casco" e buracos na fibra da carcaça do Titan, afirmou o engenheiro do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes, Don Kramer. Ele foi ouvido em audiência da Guarda Costeira dos EUA, que investiga as causas da implosão.

Pedaço de casco recuperado também mostrou "características consistentes com danos por fricção em uma das juntas adesivas". Kramer não quis opinar sobre a possibilidade das anomalias estarem presentes no submarino da OceanGate antes da implosão ou se elas foram causadas pelo acidente.

Buracos na camada de fibra de carbono de um protótipo do submarino Titan após testes de pressão da água
Buracos na camada de fibra de carbono de um protótipo do submarino Titan após testes de pressão da água Imagem: Guarda Costeira dos EUA/Divulgação

A OceanGate foi alertada sobre problemas no design do Titan. Em 2018, o então diretor de operações da empresa, David Lochridge, mostrou ao CEO Stockton Rush um relatório de inspeção de qualidade que mostrava que a fibra de carbono usada no casco do Titan se deformava em altas profundidades, o que prejudicaria a segurança do submarino a cada descida. Ele foi demitido após o relatório.

Especialistas já apontaram fatores que podem ter levado à implosão. A fibra de carbono, por exemplo, é um material experimental que ainda não foi testado em altas profundidades, de acordo com a NBC News.

Investigação deve determinar se houve negligência

Guarda Costeira investiga as causas da implosão do submersível Titan, da OceanGate, em 2023. As autoridades vão analisar questões prévias ao acidente, examinar a estrutura da embarcação e ouvir testemunhas.

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Objetivo é evitar que casos como o do Titan voltem a acontecer. Jason Neubauer, presidente do Conselho de Investigação Marinha dos EUA, disse que a ideia é fornecer a agências federais e internacionais as recomendações de segurança necessárias para que "nenhuma família passe por uma perda como esta novamente".

As audiências sobre a implosão do Titan devem determinar a dimensão de uma eventual negligência. Depois, a Guarda Costeira americana envia o relatório final e recomendações para o governo dos EUA. Se algum crime for identificado, o caso será encaminhado ao Departamento de Justiça.

Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição até os destroços do Titanic. São eles: Stockton Rush, presidente da OceanGate; o bilionário Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, um empresário paquistanês e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.

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