Conteúdo publicado há 2 meses

Bombardeios atingem o sul de Beirute após Israel pedir evacuação de áreas

Explosões voltaram a ser ouvidas em Beirute, no Líbano, após perto da meia-noite de domingo (6) no horário local (18h de sábado, 5, no horário de Brasília). O exército israelense reivindicou os ataques a supostos alvos do Hezbollah na capital libanesa.

O que aconteceu

Um veículo oficial libanês disse que ao menos quatro bombardeios israelenses atingiram o sul de Beirute e seus arredores. "Aviões de guerra do inimigo israelense lançaram [ao menos] quatro bombardeios muito violentos contra os subúrbios do sul [de Beirute] e outro contra [a área de] Choueifat", reportou a Agência Nacional de Notícias do Líbano. Esta é ao menos a terceira noite e madrugada seguida que explosões são ouvidas no sul do Beirute.

Correspondentes da AFP ouviram várias explosões e viram colunas de fumaça subindo no sul na capital libanesa. O tráfego aéreo no único aeroporto do Líbano, perto dos subúrbios do sul de Beirute, "continua, apesar da agressão do inimigo israelense" na área, assinalou a ANI. A agência de notícias acrescentou que vários aviões da Middle East Airlines (MEA), única companhia aérea que continua em serviço em Beirute, tinham acabado de aterrissar.

Exército israelense emitiu ordens de evacuação para moradores de edifícios específicos da área. Os comunicados foram realizados pouco tempo antes das explosões serem ouvidas.

Os subúrbios do sul de Beirute são alvo de bombardeios israelenses há vários dias, sobretudo à noite e madrugada. O exército israelense costuma emitir comunicados de evacuação antes dos ataques. Muitos moradores desta área fugiram para outras regiões do Líbano desde que Israel intensificou sua campanha de bombardeios contra o Hezbollah, em 23 de setembro.

O movimento islamista libanês, alinhado ao Irã, abriu uma frente com Israel em 8 de outubro de 2023, em apoio ao movimento islamista palestino Hamas em Gaza, que trava uma guerra contra o exército israelense.

Hezbollah compartilhou texto que fala de "terrorismo sionista". A mensagem, divulgada pelo grupo em um comunicado no Telegram, discorre que "o inimigo está a fazer ataques bárbaros aos subúrbios do sul [de Beirute] todos os dias, na mesma hora (depois da meia-noite)". Ele continua afirmando que as ações fazem parte de uma política de espalhar o terror e o medo, com a perseguição de civis inocentes.

Possível novo líder pode ser alvo do grupo

Várias explosões também foram ouvidas nas proximidades do Aeroporto de Beirute, por volta da meia-noite de sexta-feira (4) no horário local (18h de quinta-feira, 3, no horário de Brasília).

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Alvo do ataque israelense seria possível novo líder do Hezbollah. O jornalista Barak Ravid, do site Axios, afirmou no X (antigo Twitter) que duas fontes israelenses confirmaram que o alvo do novo ataque em Beirute seria Hashem Safieddine, provável sucessor do chefe do grupo extremista, Hassan Nasrallah, que foi morto em um ataque israelense na semana passada. Os ataques soaram semelhantes às explosões que mataram Nasrallah, conforme relatos de pessoas na região.

Hezbollah disse que Israel atacou vários pontos onde acreditava que Safieddine estava. Segundo o grupo, o "inimigo" não tem certeza sobre o paradeiro do possível sucessor de Nasrallah e, por isso, tem como alvo "muitas áreas suspeitas". Em publicação, o Hezbollah declarou que a ação ocorre como "retaliação às derrotas que sofre por parte" do grupo.

Na quarta-feira (2) à noite (horário local), o Exército de Israel teria tentado matar Safieddine. A tentativa contra o chefe do conselho executivo do Hezbollah ocorreu durante um ataque aéreo em Beirute, no Líbano. Safieddine é primo e possível sucessor do líder assassinado do grupo. A informação foi divulgada pela agência Axios, de acordo com falas de três autoridades israelenses.

Líbano respondeu a ataques pela 1ª vez

O Líbano respondeu a ataques de Israel pela primeira vez desde o início do confronto. Na quinta-feira (3), o Exército libanês disparou contra tropas israelenses pela primeira vez desde o início da ofensiva de Tel Aviv contra o Hezbollah, há cerca de duas semanas.

Em publicação no X, o Exército libanês informou que reagiu às agressões. O ataque ocorreu após um soldado libanês ter sido morto em um ataque israelense.

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"Um dos soldados foi martirizado pelo inimigo israelense em um centro militar na região de Bint Jbeil, no sul. Os membros do centro responderam contra as fontes de disparos", afirmou a mensagem.

Antes da resposta, o Exército libanês havia divulgado que um soldado morreu e outro foi ferido em razão de um ataque "do inimigo israelense". A agressão teria ocorrido durante a realização de uma missão de evacuação e resgate com a participação da Cruz Vermelha libanesa na vila Taybeh, na cidade de Marjayoun, no sul do Líbano.

Até a quinta-feira (3), as Forças Armadas do Líbano não haviam participado dos combates contra Israel. O governo Netanyahu alega que sua ofensiva no país é apenas contra o Hezbollah, que atua no país.

O país sofre com os contínuos ataques aéreos de Israel contra áreas civis em Beirute, no sul e no Vale do Beqaa. Israel e o grupo Hezbollah do Líbano têm trocado tiros na fronteira desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 7 de outubro do ano passado, detonada após um ataque do grupo palestino Hamas, aliado do Hezbollah, e que controla Gaza. Na última semana, Israel intensificou sua campanha militar no Líbano.

Incursão terrestre no Líbano começou na terça-feira (1º)

Forças israelenses invadiram o país vizinho por terra nesta semana. Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel afirmaram que a aviação e a artilharia realizam ataques de apoio na área. Cerca de vinte vilas libanesas perto da fronteira receberam ordem de evacuação. Mais de um milhão de pessoas foram deslocadas pelo conflito desde 23 de outubro, segundo a Organização das Nações Unidas.

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Início da incursão ocorreu horas antes de bombardeio do Irã a Tel Aviv. Ataque foi uma resposta ao assassinato dos líderes do Hamas e do Hezbollah, informaram os iranianos. Uma parte dos mísseis caiu sobre cidades israelenses, mas a maioria foi interceptada. Três pessoas ficaram feridas na Jordânia, informou o governo local.

Israel prometeu retaliar o Irã após os ataques de mísseis. Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a resposta pode provocar uma escalada da guerra. Agentes importantes no cenário mundial, incluindo os Estados Unidos e Rússia, podem dar um novo desenho ao conflito.

(Com AFP e Reuters)

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