Bolsonaro diz que Inpe deve informá-lo antes de divulgar dados
Em meio a críticas mútuas e públicas entre Jair Bolsonaro (PSL), e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), cujos satélites apontam disparada do desmatamento na Amazônia, o presidente da República afirmou hoje que precisa ser informado antes de os dados serem divulgados.
"Você pode divulgar os dados, mas tem que passar pelas autoridades. Até para não ser surpreendido, por mim, para não ser surpreendido", afirmou.
Bolsonaro disse que não pode ser "pego de calças curtas" pelos dados divulgados. "As informações têm que chegar ao nosso conhecimento de modo que nós possamos tomar decisões precisas em cima das informações, não ser surpreendidos", completou.
Após chamar os dados de "mentirosos" e de dizer que o presidente do instituto, Ricardo Galvão, parecia ser "alguém vinculado a alguma ONG", Bolsonaro atribuiu hoje a divulgação dos dados à falta de disciplina.
"Eu estou acostumado com hierarquia e disciplina. E em um governo, sei que a maioria é de civis, mas devemos no mínimo ter isso [hierarquia]", declarou.
A polêmica e o 'sentimento' de Bolsonaro
No fim de semana, Galvão, disse que "pode até ser demitido", mas que o instituto tem solidez para resistir aos ataques do governo.
O instituto também foi defendido por agremiações de cientistas como a SBPC e a ABC.
Divulgados na última semana, os dados mostram que o desmatamento na Amazônia na metade de julho superou toda a taxa registrada no mesmo mês no ano passado.
Foram mais de mil quilômetros quadrados de floresta derrubados, 68% a mais do que o mês de julho de 2018.
Bolsonaro chegou a dizer que esses dados são "uma cópia de anos anteriores". "Pelo nosso sentimento isso não corresponde à verdade", afirmou.
Hoje, o ministro Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) afirmou que compartilha da estranheza expressa pelo presidente Bolsonaro quanto aos dados do desmatamento e disse que convocará o presidente do Inpe para explicações.
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