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Bolsonaro desafia países europeus a mostrarem ação de ONGs na Amazônia

Bolsonaro abriu a Assembleia-Geral da ONU nesta semana - AFP
Bolsonaro abriu a Assembleia-Geral da ONU nesta semana Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

26/09/2019 09h28

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a França, a Alemanha e outros países e líderes europeus que doam dinheiro para a preservação da Amazônia, especialmente através de ONGs. O presidente disse, sem apresentar provas, que essas organizações desviam o dinheiro e não ajudam na manutenção da floresta.

"Eu até desafio quem tem doado dinheiro para nós ao longo de tanto tempo que me mostrem uma árvore só plantada por ONGs que pegam metade desse recurso", disse, em entrevista ao programa Frente a Frente, da Rede Vida.

Bolsonaro falou com a emissora pouco depois do seu discurso na Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), dizendo que o pronunciamento foi planejado para ser "contundente, mas não agressivo", após "semanas de muitos ataques ao Brasil". O discurso do presidente causou reações adversas tanto na ONU quanto nas redes.

Falando sobre os conflitos com a Europa por conta da Amazônia, Bolsonaro reiterou sua justificativa para recusar ajuda monetária dos países: "Esse problema todo começou quando eu falei que não aceitei US$ 20 milhões. Não aceitei e eu disse que eles estavam comprando a Amazônia a prestação, e é uma relidade".

O presidente se dirigiu especificamente a Emanuel Macron, líder da França, a quem já insultou no passado ao falar da aparência de sua mulher, Brigitte. Bolsonaro disse que Macron "potencializou" críticas contra o Brasil na Europa, e resolveu "tomar a causa ambiental para si" após "enfrentar rejeição nunca vista na França".

Bolsonaro ainda defendeu a exploração da Amazônia pelos próprios índios, através de garimpo, agricultura e turismo. O presidente disse que as queimadas na floresta este ano estão abaixo da média história. Na verdade, a média histórica de agosto já havia sido ultrapassada nos primeiros 26 dias do mês.

Em outro momento da entrevista, Bolsonaro argumentou que a Amazônia é grande demais para fiscalização. "O tamanho da nossa Amazônia é maior do que a Europa Ocidental, não tem como manter o controle", disse.