Um ano após óleo, Marinha diz que investigação seguirá até achar culpados
A Marinha afirmou hoje ao UOL que, passado um ano do aparecimento das manchas de óleo no litoral, as investigações sobre a origem e eventual responsável pelo vazamento seguem sem chegar ainda a um culpado. Segundo a corporação, as investigações vão prosseguir até que se ache quem foi o responsável pelo maior crime ambiental no litoral na história do país.
No início da semana, a Marinha encaminhou um relatório à PF (Polícia Federal) em que traz informações sobre as investigações até o momento apontando com alguns suspeitos, mas sem indicar o responsável. O teor do documento não foi detalhado.
"Várias ações foram feitas na evolução dessa investigação pela Marinha do Brasil (MB) em coordenação com a PF. Com base em todo esse trabalho científico, a MB entregou relatório com conclusões à PF, o que contribui para a identificação do provável causador e a origem do crime ambiental. Os trabalhos permanecerão até que o responsável seja identificado", informou.
Para a Marinha, as novas informações devem ajudar a PF com o desdobramento da investigação.
"Com relação à investigação, esta indicará, de forma oportuna, o culpado por essa grave agressão à Nação brasileira, tal certeza se deve ao apoio indispensável de cientistas, profissionais da área ambiental e militares que permanecem trabalhando para elucidar um complexo crime impetrado contra nossa Pátria", pontua.
Caso sem precedente
A Marinha afirma que o crime ambiental que afetou a costa do Nordeste e Sudeste "é inédito e sem precedentes na nossa história, por ter ocorrido a cerca de 700 km da costa, sem que o responsável tenha se apresentado voluntariamente".
Segundo a corporação, desde o aparecimento dos primeiros vestígios de óleo nas praias a Marinha conduz uma "investigação complexa, contando com a participação de diversas instituições, técnicas, científicas e especializadas, brasileiras e estrangeiras e tem trabalhado de forma cooperativa com o inquérito criminal instaurado pela Polícia Federal.
Ainda segundo a Marinha, entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020 foram recolhidas mais de 5.000 toneladas de óleo e resíduos de óleo entre os 11 estados no litoral entre Maranhão e Rio de Janeiro.
A última aparição do óleo ocorreu em junho em praias do Nordeste. Para a Marinha, as novas aparições atestam a "gravidade do crime em questão".
Segundo ambientalistas, o acidente ambiental segue em curso com seus desdobramentos e aparecimento de pequenos vestígios até dias atuais.
Durante a investigação, uma operação da PF apontou o navio grego Boubolina como principal suspeito do derramamento, mas apurações seguintes praticamente descartaram a hipótese. Hoje não há um suspeito específico e especula-se até na hipótese do vazamento ter ocorrido de campos de petróleo no litoral africano, e não por despejo de um navio cargueiro.
Procurado, o MPF (Ministério Público Federal) do Rio Grande do Norte, que concentra a apuração, informou que não iria se manifestar e que não há novidades na investigação do caso. A PF também não se pronunciou e informou que as investigações seguem.
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