Vem mais calorão aí: o que esperar do verão sob El Niño no Brasil?
A combinação de mudanças climáticas e El Niño pode fazer 2023 se tornar o ano mais quente da história.
Com uma primavera altamente influenciada pelo fenômeno e em meio a ondas de calor extremo que atingem o Brasil nos últimos meses, o que podemos esperar do próximo verão?
Chuvas acima da média e meses quentes
Previsão de dezembro a fevereiro. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a tendência climática para os meses de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024 inclui chuvas acima da média em toda a faixa central do Brasil, além de temperaturas elevadas em todo o país.
As chuvas nessas regiões passarão a ser mais regulares a partir de dezembro, ainda segundo o órgão. Entre os estados onde são previstas chuvas acima da média, estão: Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Em alguns deles, os volumes das precipitações poderão superar os 500 mm.
Menos chuva em outras regiões. Enquanto isso, na faixa que vai do Amazonas até o Maranhão, a tendência é de chuvas abaixo da média, com volumes inferiores a 600 mm. No Espírito Santo, Rio de Janeiro e parte centro-sul do Rio Grande do Sul, os volumes previstos podem ficar próximos ou abaixo de 500 mm. Já no centro-leste da região Nordeste, as chuvas podem superar 300 mm.
Além disso, o Inmet destaca que ainda estaremos sob a atuação do El Niño —que consiste no aquecimento das temperaturas da superfície do oceano no Pacífico oriental e central, e pode provocar fenômenos climáticos extremos, desde incêndios florestais até ciclones tropicais e secas prolongadas.
Os próximos meses prometem ser quentes. O órgão afirma que as temperaturas tendem a ser mais altas especialmente no interior da região Nordeste, divisa do Amazonas e Pará e áreas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Verão estará entre os 3 mais quentes da história. O próximo verão será um dos mais quentes da história porque é justamente o período que marca o auge do El Niño, afirmou o coordenador-geral de Ciências do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Gilvan Sampaio, em participação recente no UOL News.
O que esperamos para o verão: temperaturas muito acima da média ao longo dos próximos meses durante todo a estação.
Gilvan Sampaio, coordenador-geral de Ciências do Inpe
Chances de seca severa. Uma análise do governo federal aponta também como altas as chances de o El Niño continuar a impactar o clima no Brasil em 2024. São previstas mais secas, maior vulnerabilidade a incêndios e maior risco de desmatamento devido à degradação florestal.
Temperaturas altas até, pelo menos, abril. A OMM (Organização Meteorológica Mundial) já informou que o El Niño deverá durar até pelo menos abril de 2024. Portanto, as temperaturas devem seguir altas até lá.
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