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Desfile esvaziado se deve a "excesso de receio", diz ministro

7.set.2013 - Presidente Dilma chega no Rolls-Royce presidencial para o desfile de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios - Roberto Stuckert Filho/Presidência
7.set.2013 - Presidente Dilma chega no Rolls-Royce presidencial para o desfile de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios Imagem: Roberto Stuckert Filho/Presidência

Guilherme Balza

Do UOL, em Brasília

07/09/2013 11h10Atualizada em 07/09/2013 15h41

O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, disse neste sábado (7) que o desfile "esvaziado" do Dia da Independência, em Brasília, se deveu a um "excesso de receio" da população. De acordo com a Polícia Militar, 15 mil pessoas acompanhar o desfile oficial.

"Tenho a impressão de que não vieram tantas pessoas porque houve um pouco, a meu juízo, de excesso de receio, porque se falou muito dos riscos das manifestações", declarou após o desfile, que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff.

Segurança na Esplanada continua reforçada após desfile

Questionado sobre a redução do público, Carvalho negou que tenha havido diminuição do público. "Onde você não viu população? Você está enganado. Na verdade, todas as arquibancadas foram lotadas pelo público. Distribuímos 3.000 convites e o restante foi preenchido pela população."

O ministro justificou ainda a duração menor do desfile (pouco mais de uma hora) devido ao cansaço da presidente. "O desfile cumpriu exatamente o que tínhamos desenhado. Foi um pouco mais curto em função do fato de a presidente ter chegado de uma longa viagem da Rússia."

Havia o temor no Planalto de que Dilma fosse vaiada durante o desfile, o que não ocorreu. No último grande evento público de que participou, a abertura da Copa das Confederações em Brasília, em junho, no auge dos protestos que tomaram conta do país, Dilma foi vaiada pela torcida. Em um encontro com prefeitos, em julho, a presidente também recebeu vaias.

Na noite de ontem, em pronunciamento nacional em cadeia de rádio e televisão, a presidente reconheceu o direito da população em protestar. "A população tem todo o direito de se indignar com o que existe de errado e cobrar mudanças, mas há, igualmente, um Brasil de grandes resultados, que não podemos deixar de enxergar e reconhecer."

Segurança reforçada

Devido ao temor pelos protestos, o Planalto e o governo do Distrito Federal reforçaram a segurança do desfile.

Com quatro grandes eventos previstos para este sábado, e público estimado em mais de 150 mil pessoas, a Secretaria Segurança Pública do governo do Distrito Federal anunciou que colocou mais 4.000 policiais militares nas ruas da capital.

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A polícia estima que os atos públicos deste sábado devam reunir entre 40 a 50 mil pessoas.

Além da estrutura montada para as comemorações, o Congresso Nacional está protegido por cercas removíveis nas laterais e um cordão de isolamento policial em frente. Além dos policiais militares, também estão de plantão 320 bombeiros, 150 policiais civis e 110 agentes do Departamento de Trânsito.

Os manifestantes se organizaram principalmente por meio das redes sociais, a exemplo das manifestações que ocuparam as principais cidades brasileiras em junho e julho.

Além do tradicional desfile cívico-militar em comemoração à independência do Brasil, três grandes eventos ocorrem neste sábado na capital. Às 16h, a seleção brasileira enfrenta a Austrália em amistoso no Estádio Nacional Mané Garrincha, onde haverá lugares para 68 mil pessoas. Os portões estarão abertos a partir das 13h. Haverá um policiamento reforçado nos arredores do estádio e não serão permitidas manifestações em um raio de até 5 km do local. Dentro do estádio será permitida a atuação de seguranças particulares.

Das 18h às 3h, estão previstas apresentações musicais no evento "Celebrar Brasília", no Museu Nacional de Brasília, localizado na Praça dos Três Poderes, onde são esperados 15 mil espectadores.

E, ao longo do dia, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães recebe médicos de várias nacionalidades no Congresso Internacional dos Médicos, com movimentação estimada de 4.000 participantes.