Lava Jato não é "terceiro turno eleitoral", diz ministro da Justiça
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, criticou neste sábado (15) o que chamou de “politização” das investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Há aqueles que ainda acham que estamos em uma disputa eleitoral. Não perceberam que o resultado das urnas já foi dado”, afirmou.
“A investigação não é terceiro turno eleitoral. As pessoas não podem levar para o foro político possíveis crimes que foram cometidos. Se ‘eleitoralizarmos’ a investigação, a colocamos em cheque”, disse o ministro.
Na sexta-feira, a PF prendeu 19 executivos, entre eles três presidentes de empreiteiras e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, ligado ao PT. A ação investiga o maior esquema de corrupção da história da estatal, que teria desviado recursos para políticos que apoiam o governo Dilma Rousseff.
Após a operação, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que disputou e perdeu as eleições presidenciais este ano, afirmou que "muita gente está sem dormir em Brasília", e que as novas prisões da Lava Jato levam o escândalo para cada vez mais perto de dentro do governo da presidente.
Em nota oficial divulgada após as manifestações do ministro Cardozo, Aécio --que também é o presidente do PSDB--, afirmou que lamenta o fato do governo federal "tentar dar tratamento político a um caso que é, eminentemente, de polícia".
Durante protesto contra a presidente Dilma Rousseff realizado na tarde do sábado (15) em São Paulo, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato a vice na chapa de Aécio, disse que "nós queremos fazer um terceiro turno todos os dias".
Nós queremos fazer um terceiro turno todos os dias, diz Aloysio Nunes
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, disse que está envergonhado por ser brasileiro. "Como brasileiro, eu tenho vergonha. Tenho vergonha de falar sobre o que esta acontecendo no Brasil", disse FHC.
Frases Cardozo Lava Jato
Cardozo determinou que a Polícia Federal abra uma sindicância para investigar delegados envolvidos na Lava Jato que teriam atacado o PT e elogiado Aécio.
Os policiais teriam usado redes sociais durante a campanha eleitoral neste ano para elogiar o candidato tucano e atacar o ex-presidente Lula e Dilma, que disputava a reeleição.
“Isso é necessário para que se ateste a lisura da investigação. Para que depois provas não sejam anuladas e o resultado seja comprometido”, disse. “Isso não é tentar influenciar as investigações, é preciso garantir que paixões pessoais não atrapalhem o a operação”.
Segundo Cardozo, “não importa se quem é envolvido é ligado ao governo ao à oposição, se tem dinheiro ou não. Todos são iguais perante a lei”. “Não iremos usar a operação para atacar adversários ou inocentar amigos”.
O ministro afirmou que o governo deseja que “tudo seja esclarecido”, e que a orientação da presidente Dilma Rousseff é de “investigar tudo o que há de irregular”.
Cardozo também descartou uma crise no governo devido aos rumo da operação: “Temos a consciência tranquila. Não há crise, tudo será investigado”.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.