Justiça decreta nova prisão de Marcelo Odebrecht e mais quatro executivos
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, decretou nesta sexta-feira (24) um novo pedido de prisão de preventiva contra o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso no mês passado durante a deflagração da 14ª da operação Lava Jato. Segundo o despacho de Moro, documentos do governo suíço indicam que Odebrecht controlava e alimentava contas secretas no exterior mantidas por dirigentes da Petrobras.
Marcelo Odebrecht foi preso no dia 19 de junho pela Polícia Federal. Ele está na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Relatórios da PF indicam que ele teria conhecimento do esquema de pagamento de propinas relativas a contratos da empresa junto à Petrobras.
A prisão preventiva é concedida quando as autoridades judiciais entendem que é preciso manter uma pessoa na prisão porque há riscos de ela fugir, interferir na investigação ou pressionar e ameaçar testemunhas. Não há prazo definido para a duração da prisão preventiva.
A operação Lava Jato investiga irregularidades em contratos de empreiteiras com a estatal. Segundo as investigações, um grupo de empreiteiras do qual a Odebrecht faria parte superfaturava contratos com a Petrobras e repassava parte do dinheiro superfaturado a partidos e políticos.
Além de decretar nova prisão preventiva contra Marcelo Odebrecht, Moro também decretou a nova prisão preventiva para outros quatro executivos da companhia: Rogério Santos de Araújo, Márcio Fária da Silva, Cesar Ramos Rocha e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar (que já deixou a companhia).
Para justificar a nova prisão preventiva de Marcelo Odebrecht e dos outros quatro executivos, o juiz Sérgio Moro afirma que as contas no exterior supostamente usadas pela companhia para o pagamento de propinas a dirigentes da Petrobras ainda estão à disposição do grupo.
“A Odebrecht dotou modos mais sofisticados para a prática dos crimes, realizando o pagamento de propinas principalmente no exterior e através de contas secretas que ainda se encontram a sua disposição, possibilitando a retomada da prática sem o conhecimento das autoridades públicas”, disse o juiz.
Em documento enviado à PF, a Odebrecht negou, em maio deste ano, ter feito parte de cartel para fraudar licitações e ter pago propinas a dirigentes da Petrobras.
“Nem a Organização Odebrecht nem as empresas que a compõem, como tampouco seus empregados, participam de esquemas ilícitos, menos ainda com a finalidade de pagar vantagens indevidas a servidores públicos ou executivos de estatais", diz um trecho do documento.
Sobre a investigação na Suíça, a empreiteira emitiu nota em que informa que "compreende a abertura do processo na Suíça para obtenção de maiores esclarecimentos, tendo em vista a grande repercussão do tema no Brasil, decorrente do vazamento de informações com interpretações distorcidas e descontextualizadas". A empresa afirma que "tem todo o interesse em esclarecer o assunto, e reitera sua intenção de cooperar com as autoridades brasileiras e estrangeiras".
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