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Policiais atiram bombas e balas de borracha contra apoiadores de Lula

Movimentação de manifestantes contra e a favor de Lula em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba - Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo
Movimentação de manifestantes contra e a favor de Lula em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba Imagem: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo

Bernardo Barbosa e Nathan Lopes

Do UOL, em Curitiba

07/04/2018 22h47Atualizada em 08/04/2018 16h29

Policiais atiraram bombas e balas de borracha contra apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no momento em que o helicóptero transportando o petista pousava na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde ele está preso.

Segundo uma manifestante ouvida pelo UOL e que preferiu não se identificar, a ação partiu de policiais que estavam dentro do terreno da Polícia Federal, atrás de um dos portões que dão acesso ao local. Do outro lado, militantes pró-Lula soltavam, naquele momento, rojões com fumaça vermelha para receber o ex-presidente.

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O Dr. Rosinha, ex-deputado federal e presidente do diretório do partido no Paraná, disse que partiu da PF o início do confronto e que ninguém forçou as grades do portão. "Não tinha ninguém forçando o portão. A PF que começou a jogar bombas", afirmou. A PF foi procurada pelo UOL, mas não quis se manifestar.

Muito assustada, a manifestante disse não ter visto militantes tentando forçar a entrada na PF. Ela contou ter visto uma mulher ferida nas pernas por estilhaços de bombas.

Segundo o tenente Murilo Rotondo, do Corpo de Bombeiros, nove pessoas precisaram de atendimento médico, a maioria com escoriações e ferimentos leves. Uma delas foi um policial militar agredido com um soco no rosto. Quatro crianças também estão entre as pessoas atendidas. O tenente disse que os bombeiros não atenderam pessoas feridas por estilhaços de bombas ou balas de borracha.

Segundo a Bandnews, manifestantes tentaram invadir a superintendência forçando portões e grades do local, depois houve bombas de efeito moral e policiais conseguiram dispersar os manifestantes apenas se aproximando com escudos.

Em entrevista coletiva, a Polícia Militar disse que a explosão de duas bombas motivou a interferência da polícia entre os manifestantes apoiadores do ex-presidente Lula.

Ele descartou que tenha havido a ação do grupo contrário na explosão das bombas. "As bombas explodiram no chão. Isso eu observei. E partiram desse grupo [de apoiadores do ex-presidente]", afirmou o tenente-coronel Mário Henrique do Carmo, comandante da PM, em entrevista coletiva em Curitiba. "Não creio que houve tentativa de invasão."

Não criticou a atuação no momento da chegada de Lula. "Desde a manhã, os dois grupos foram separados."

Segundo ele, só foram usadas balas de borracha pela PM. As bombas de efeito moral teriam sido usadas pela PF. "O Choque não usou bombas. Só ficou na retaguarda."

Manifestantes proibidos no entorno da PF

A Justiça do Paraná determinou que os manifestantes não permaneçam no entorno da sede da Polícia Federal em Curitiba.

O pedido foi feito pela prefeitura da capital paranaense. O juiz Ernani Mendes Silva Filho justificou a decisão para "evitar confrontos que podem levar a dezenas de feridos e depredação do patrimônio público e privado".

Antipetistas

Assim que o ex-presidente desceu as escadas, o lado dos manifestantes favoráveis à prisão do petista iniciou uma série de disparos de fogos de artifícios, deixando o céu de Curitiba com cara de Ano-Novo. Eles gritavam “Lula na cadeia em Curitiba”.

Na sequência, começaram a executar a música “Que País É Esse?”, do grupo Legião Urbana, e o Hino Nacional. Em cerca de dez minutos, o grupo já havia dispersado. Antes, os policiais militares que faziam a segurança nesse ponto partiram em disparada rumo ao local em que estavam os apoiadores do petista.