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Onyx anuncia Bebianno como "futuro ministro" de Bolsonaro

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

12/11/2018 18h26Atualizada em 12/11/2018 19h23

Anunciado como chefe da Casa Civil do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) chamou o advogado Gustavo Bebianno de "futuro ministro" da Secretaria-Geral da Presidência da República, durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (12). Bebianno presidiu o PSL até o dia do segundo turno das eleições e é braço direito de Bolsonaro.

Em seguida, ao ser questionado por jornalistas se estava fazendo um anúncio oficial, Lorenzoni disse que "quem vai anunciar isto é o presidente Jair Bolsonaro". "Eu torço para que isso aconteça, porque ele é um parceiro de todas as horas", declarou. Indagado se havia cometido um ato falho, o coordenador da equipe de transição do presidente eleito negou.

"Não. É um desejo de ver alguém que foi tão importante na campanha, que tem todas as condições, participar. Mas claro que eu sempre fui um cara superdisciplinado, e quem decide isso é o presidente", afirmou.

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Hoje comandada pelo deputado licenciado Ronaldo Fonseca (Podemos-DF), a pasta que poderá ser de Bebianno foi recriada em fevereiro do ano passado pelo presidente Michel Temer (MDB). O hoje ministro das Minas e Energia, Moreira Franco (MDB), foi nomeado para a Secretaria-Geral.

A pasta tem entre suas funções "assistir direta e imediatamente" o presidente no desempenho de suas atribuições, entre elas a execução das atividades administrativas e o acompanhamento da ação governamental.

Por ser advogado, responsável inclusive pela defesa de Bolsonaro desde o ano passado, Bebianno chegou a ser cotado para assumir o Ministério da Justiça, designado para o juiz Sergio Moro.

Na semana passada, a equipe de transição criou um posto de comando para Bebianno, que assumiu a Secretaria-Geral do gabinete, à qual ficam submetidas as áreas administrativa, de gestão interna e cerimonial. Ele passou a dividir o comando do grupo com Lorenzoni.

Ainda segundo Lorenzoni, no Palácio do Planalto, restarão três das quatro pastas que hoje estão na sede da Presidência: a Casa Civil, que vai incorporar a Secretaria de Governo, hoje comandada pelo ministro Carlos Marun (MDB), responsável pela articulação política do governo; a Secretaria-Geral da Presidência; e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que será chefiado pelo general Augusto Heleno, da reserva do Exército.

Onyx fez o anúncio enquanto contava que foi nesta segunda à casa do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acompanhado de Bebianno, para conversar "sobre o cenário atual e sobre o cenário futuro". "E apresentamos a ele a condição de poder avaliar como é que nós pretendemos trabalhar com a Câmara dos Deputados", relatou.

A reportagem tentou entrar em contato com Bebianno após a declaração de Onyx, mas o advogado não atendeu telefonemas e nem respondeu mensagens enviadas pelo WhatsApp.

No fim do mês passado, Bolsonaro informou no Twitter que anunciaria os nomes de todos os seus ministros por meio de suas redes sociais. Até agora, seis futuros ministros foram confirmados.

Além de Onyx, Moro, Heleno e Guedes, a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) assumirá o Ministério da Agricultura e o astronauta Marcos Pontes ficará com Ciência e Tecnologia.

"Prensa"

Onyx foi questionado se as declarações feitas na semana passada pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, que defendeu uma "prensa" no Congresso para que os parlamentares aprovem a reforma da Previdência, representam o jeito do novo governo de dialogar.

"Olha, sabe o que é que acontece? É que nem diz o capitão [Bolsonaro]: às vezes tem que dar uma canelada. Mas na verdade, não. Nós vamos tratar ao contrário", respondeu o deputado federal.

Ainda segundo Lorenzoni, toda a equipe de transição "está sendo preparada para que os parlamentares, em dezembro de 2019, deputados e senadores, digam o seguinte: nunca fui tão respeitado, nunca fui tão valorizado como no governo de Jair Bolsonaro". "Esse é o esforço que nós estamos fazendo", concluiu.