'Tem toda nossa confiança', diz Bolsonaro sobre ministra que beneficiou JBS
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), defendeu neste domingo (18) a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS), após reportagem da Folha de S.Paulo de hoje mostrar que ela ofereceu incentivos fiscais à JBS ao mesmo tempo em que mantinha negócios com a empresa.
Enquanto Tereza chefiava a secretaria de Desenvolvimento Agrário e Produção em Mato Grosso do Sul, a JBS assinou Termos de Acordo de Benefícios Fiscais, segundo o jornal. No mesmo período, a deputada arrendava um terreno aos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Veja também:
- Prefeitura de Barcelona critica Bolsonaro e Escola sem Partido
- Michelle Bolsonaro irá a Brasília pela 1ª vez após eleição
A reportagem também aponta que a JBS doou R$ 103 mil à deputada durante campanha eleitoral.
Sobre o caso, Bolsonaro afirmou que a futura ministra não foi julgada. A declaração de Bolsonaro aconteceu durante uma competição de jiu-jítsu no Rio de Janeiro hoje, ?na qual foi recebido aos gritos de 'mito, mito!':
"Também sou réu no Supremo, e daí? Tenho que renunciar ao meu mandato? Ela já foi julgada? Eu desconheço. Ela já foi julgada? Apenas um processo foi a apresentado? Como eu já fui representado umas 30 vezes na Câmara, não colou nenhum. Afinal de contas sou um ser humano, posso errar. Ela goza de toda nossa confiança"
O advogado da deputada disse à Folha que o benefício "fundamentou-se na legislação do estado, e os processos administrativos para tanto foram analisados pelos setores técnicos".
Representa bancada ruralista e defende agrotóxicos
Primeira mulher a integrar o futuro governo de Bolsonaro, a deputada Tereza Cristina (DEM-MS) é presidente da FPA (Frente Parlamentar Mista da Agropecuária), grupo que reúne mais de 200 parlamentares, entre deputados federais e senadores, e é um dos principais grupos de pressão da bancada ruralista no Congresso Nacional.
Tereza Cristina é engenheira agrônoma e foi secretária de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo do Mato Grosso do Sul, de 2007 a 2014.
A futura ministra de Bolsonaro foi eleita deputada federal em 2014 e era filiada ao PSB na ocasião. Ela tornou-se líder da sigla na Câmara em fevereiro de 2017, mas, nove meses depois, pediu desfiliação do PSB por defender a reprovação da denúncia contra o presidente Michel Temer. O partido tinha posição contrária. Depois disso, Tereza Cristina filiou-se ao DEM.
Tereza Cristina é defensora do Projeto de Lei 6.299/02, que flexibiliza as regras de utilização de agrotóxicos no país, conhecido como PL do Veneno. Ela classifica a iniciativa como uma modernização para o setor.
Prestação de contas
Durante o evento, Bolsonaro ainda minimizou as irregularidades na prestação de contas da campanha apontadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
"Algumas foram falhas do TSE. Tenho certeza que não terá problemas. Foi a campanha mais pobre da história do Brasil", disse o presidente.
Ele também comentou sobre a possibilidade de fundir os ministérios da Educação com o do Esporte. "Nós estamos definindo essas questões. Se eu falo uma coisa agora aqui, lá na frente vão dizer que eu estou recuando. Então vai ser definido, brevemente teremos o mapa todinho dos ministérios".
Bolsonaro aproveitou também para reiterar as críticas sobre o programa "Mais Médicos".
"É justo confiscar 70% do salário? Não podemos admitir escravos cubanos no Brasil. Não podemos continuar alimentando a ditadura cubana", afirmou.
Bolsonaro chegou à Arena Carioca, construída para os Jogos Olímpicos no Rio de 2016, por volta de 11h30 e foi aplaudido pelo público após ter a presença anunciada pela organização do evento. Gritos de "mito" e aplausos também foram ouvidos no espaço.
A competição de jiu-jítsu é parte do Grand Slam Jiu-Jitsu, competição patrocinada pelo governo de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, que acontece desde sexta-feira (16) e termina neste domingo (18). São esperados 2.500 atletas, e a entrada é gratuita.
Durante a campanha, o presidente eleito recebeu apoio da Federação de Jiu-jítsu e chegou a ser agraciado com uma faixa preta pelo presidente da entidade, Robson Gracie.
Após o compromisso, Bolsonaro voltou para casa. O presidente eleito se locomove sob escolta de homens da Polícia Federal.
No caminho, parou em um quiosque na orla e cumprimentou apoiadores. Em casa, prepara um churrasco com amigos e familiares.
Na terça-feira (20), ele viajará para Brasília. Na sexta-feira (23), ele deve ir a São Paulo para ser submetido a procedimentos pré-operatórios no Hospital Albert Einsten, onde ficou internado durante 23 dias, em setembro. No mesmo dia, ele volta para o Rio.
A agenda ainda contempla uma visita à Brigada Infantaria Paraquedista no próximo sábado (24).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.