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Advogado tenta visitar Temer na PF, é barrado e deixa livro sobre Churchill

O advogado Gustavo Bonini Guedes, que tentou visitar Temer - Pauline Almeida/UOL
O advogado Gustavo Bonini Guedes, que tentou visitar Temer Imagem: Pauline Almeida/UOL

Pauline Almeida

Colaboração para o UOL, no Rio

23/03/2019 11h34Atualizada em 23/03/2019 18h23

O advogado Gustavo Bonini Guedes tentou visitar o ex-presidente Michel Temer (MDB), que está detido há dois dias na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, mas foi barrado na manhã de hoje. "Eles não estão autorizando visitas nos fins de semana", declarou à imprensa. Proibido de receber visitas durante o fim de semana, Temer passou o sábado sozinho na sala onde está detido na sede da PF na capital fluminense.

Apesar da visita negada, Guedes disse que deixou a Temer um livro sobre Winston Churchill, ex-primeiro ministro britânico famoso por sua atuação durante a Segunda Guerra.

Ao chegar à Polícia Federal, Gustavo inicialmente negou aos jornalistas que estivesse tentando conversar com o ex-presidente. Com o livro lacrado na mão, disse que falaria com um amigo que gosta muito de ler.

Na saída, assumiu a intenção e se apresentou como "advogado eleitoral e amigo do ex-presidente". Ele foi responsável pela defesa de Temer junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no julgamento da chapa Dilma/Temer.

A reportagem apurou que os plantonistas da Polícia Federal receberam um ofício com regras que só permitem visitas de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e das 14h30 às 17h30.

Ontem, Temer recebeu duas visitas --Antônio Cláudio Mariz, também advogado e amigo, e o ex-deputado federal e ex-ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun (MDB-MS).

Café com leite e misto-quente

Temer, que está detido em uma cela improvisada na sala da Corregedoria da PF, vem tomando seus remédios de uso contínuo.

Neste sábado, dormiu bem e, por volta das 8h, tomou café com leite e comeu um misto-quente.

Vizinhos fazem chacota e entram na casa de Temer com a PF

UOL Notícias

Temer aguarda decisão sobre habeas corpus

Ontem, Temer avisou ao Ministério Público Federal que iria se utilizar do direito de permanecer em silêncio e sequer foi levado ao encontro dos procuradores. O ex-ministro Wellington Moreira Franco, também detido, prestou depoimento e negou ter recebido propina.

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O ex-presidente, Moreira Franco, o coronel João Batista Lima Filho, amigo de longa data de Temer, e outras sete pessoas foram detidas na última quinta-feira (21) na operação Descontaminação, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Segundo o Ministério Público Federal, o grupo estaria envolvido em desvios que somam R$ 1,8 bilhão. A investigação trata de irregularidades na construção da usina Angra 3 e do contrato entre a Eletronuclear e as empresas Engevix, Consult, AF e Argeplan (pertencente ao coronel Lima).

A denúncia do MPF deve ser entregue à Justiça na próxima semana com acusações de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção contra os suspeitos. Na quarta-feira (27), os pedidos de habeas corpus de Michel Temer, Moreira Franco e Lima serão analisados pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região.