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Bolsonaro defende Guedes e diz que ele fica no governo "até o último dia"

Declarações foram dadas em cerimônia no Palácio do Planalto, onde presidente empossou os novos ministros da Casa Civil e da Cidadania - Evaristp Sá - 9.dez.19/AFP
Declarações foram dadas em cerimônia no Palácio do Planalto, onde presidente empossou os novos ministros da Casa Civil e da Cidadania Imagem: Evaristp Sá - 9.dez.19/AFP

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

18/02/2020 16h33Atualizada em 18/02/2020 17h16

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu hoje o ministro da Economia, Paulo Guedes, de "pequenos deslizes" e disse acreditar que ele ficará em seu governo até o final. As declarações foram dadas depois que o auxiliar do presidente chamou servidores públicos de "parasitas" e afirmou que o dólar deveria ficar alto porque, entre outros motivos, empregadas domésticas estariam indo para a Disney com a cotação baixa.

"Se o Paulo Guedes tem alguns problemas pontuais, como todos nós temos, e ele sofre ataques, é muito mais pela sua competência do que [por] possíveis pequenos deslizes", afirmou Bolsonaro. "E eu já cometi muitos, muitos no passado. O Paulo não pediu para sair. Aliás, eu tenho certeza de que, assim como um dos poucos que eu conheci antes das eleições, ele vai ficar conosco até o nosso último dia."

A defesa do ministros foi feita pelo presidente durante cerimônia de posse, no Palácio do Planalto, dos novos ministros da Casa Civil e da Cidadania: o general Walter Braga Netto assumiu a Casa Civil no lugar de Onyx Lorenzoni (DEM), que chefiará agora a pasta da Cidadania — até agora comandada pelo deputado Osmar Terra (MDB-RS), que deixou o governo federal.

As declarações de Paulo Guedes foram reprovadas até por apoiadores do próprio governo. Como mostrou o UOL, 90% das menções redes sociais sobre o tema dos parasitas e das domésticas foram críticas, de acordo com a consultoria de análise política Arquimedes.

O diretor da empresa, Pedro Bruzzi, destacou que perfis liberais e que normalmente apoiam Guedes foram críticos a ele. O ministro costuma aglutinar forças apoiadoras ao governo, rompendo a barreira do bolsonarismo e do lavajatismo, disse ele ao blog de Constança Rezende.

Ao empossar mais um militar no Planalto, Bolsonaro voltou a elogiar o ministro da Economia. "Paulo Guedes não é militar, mas é ainda um jovem aluno do colégio militar de Belo Horizonte", disse ele.

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Onyx Lorenzoni contemporizou sua saída do ministério, que vinha perdendo atribuições. Ele deixou o cargo dias depois de um assessor usar um avião da Aeronáutica para viajar sozinho com dois assessores. "Administramos uma dificuldade", afirmou o ex-chefe da Casa Civil.

Apoiador de Bolsonaro desde a campanha eleitoral, ele minimizou a perda de poderes desde que o governo começou. "Aqui ninguém tem fome de poder. Temos fome de servir. É com esse princípio de fome de servir e de lealdade."

Já Osmar Terra disse que ajudará o governo. "Vou continuar trabalhando ao seu lado onde o senhor estiver porque o senhor representa a única oportunidade de mudar", disse o deputado em referência a Bolsonaro.

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O presidente voltou a defender a mineração em terras indígenas, medida prevista em um projeto de lei enviado pelo governo ao Congresso semana passada.

"Hoje, nesta manhã, conversei com 20 etnias. Eles não querem mais ser tutelados pelo Estado. Eles não querem mais viver de projetos sociais. Eles querem se integrar", assegurou.

Por isso, ele disse que a proposta é "extremamente importante". "Somos todos iguais e somente dessa forma, unindo e integrando a Amazônia, podemos dizer que o Brasil é um país de 8,5 milhões de quilômetros quadrados."

Ouça o podcast Baixo Clero (https://noticias.uol.com.br/podcast/baixo-clero/), com análises políticas de blogueiros do UOL.

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