Assessor chefia serviço paralelo de inteligência de Bolsonaro, diz revista
Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército e assessor especial do gabinete pessoal de Jair Bolsonaro (sem partido), seria o chefe do 'serviço de inteligência paralelo' do presidente, segundo reportagem da revista Veja.
De acordo com a publicação, Marcelo, por determinação de Bolsonaro, produz dossiês e opera investigações, sendo um dos pivôs na queda de ministros e diretores de estatais.
"Ele só cuida disso. Todas as denúncias que chegam, de dossiês a relatórios de informação, vêm dele", disse um auxiliar de Bolsonaro à revista.
A Veja conta que entrou em contato com o assessor, que "tentou minimizar suas atividades secretas como um simples trabalho de compliance".
Bolsonaro teria escolhido o coronel para ser seu 'serviço particular' de inteligência por não confiar nos canais institucionais de informação e inteligência, como a Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Segundo a Veja, foi Marcelo quem revelou ao presidente que o general Carlos Alberto Santos Cruz, então ministro da Secretaria de Governo, teria o criticado em um evento em São Paulo. O militar foi demitido em junho de 2019.
Em abril, Bolsonaro teria recebido mensagens de WhatsApp que denunciavam irregularidades na aquisição de respiradores no estado Rio de Janeiro, governado por Wilson Witzel (PSC), seu antigo aliado e hoje adversário político.
Marcelo investigou e confirmou a informação ao presidente pouco tempo depois. Na última terça-feira (26), uma operação da PF (Polícia Federal) cumpriu mandados de busca e apreensão no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador.
No vídeo da reunião ministerial do 22 de abril, revelado na íntegra na sexta-feira passada (22) pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello, Bolsonaro reclamou dos serviços oficiais de inteligência, dizendo que o único que funcionava era o seu "particular".
Marcelo Costa Câmara foi nomeado para exercer o cargo de assessor especial do gabinete pessoal do presidente da República em fevereiro do ano passado. A portaria foi assinada pelo na época ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni (DEM), que hoje chefia o Ministério da Cidadania.
O assessor foi procurado pela reportagem da revista, que o indagou sobre o fato de sua agenda, publicada no site da presidência, ser quase que totalmente dedicada a 'despachos internos', sem mais detalhes.
Sobre isso, Marcelo disse que "se não ficou claro é porque são coisas pessoais sobre as quais não vou falar".
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