Governo Bolsonaro muda o tom em reunião ao vivo e evita palavrões e ataques
Quase duas semanas após uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) tornar pública uma reunião recheada de palavrões e ameaças feitas por Jair Bolsonaro (sem partido) e seus ministros, o presidente transmitiu ao vivo a agenda com o alto escalão do governo. O encontro na manhã de hoje (9) durou duas horas e meia, teve a pandemia como foco e pôde ser acompanhado pelas redes sociais e TV Brasil — emissora estatal.
A mudança de tom ficou clara na abertura da reunião do conselho de governo. Bolsonaro disse que o governo "daria uma demonstração do que é uma reunião ministerial". Após a repercussão do vídeo de 22 de abril, o presidente disse que não faria mais reuniões ministeriais.
A reunião de hoje aconteceu no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente. Antes de começar, Bolsonaro levou os ministros para acompanhar o hasteamento da bandeira, do lado de fora do palácio.
Durante o encontro, a crítica apresentada foi de Bolsonaro para a OMS (Organização Mundial da Saúde). O presidente tirou de contexto o alerta da entidade sobre assintomáticos do novo coronavírus.
Participaram do chamado conselho de governo ministros e chefes de autarquias e bancos.
Os ministros e o vice-presidente apresentaram ações que desenvolveram durante a pandemia. Paulo Guedes (Economia) defendeu um programa de renda mínima permanente para a pós-pandemia.
Na linha crítica de Bolsonaro, Ernesto Araújo (Relações Exteriores) pediu investigação sobre a atuação da OMS durante a pandemia.
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) aproveitou para falar que o desmatamento na Amazônia caiu ao mínimo histórico, em maio.
Em 22 de abril, Bolsonaro exclamou várias palavras de baixo calão e xingou veículos de impresa —além disso, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamou os ministros da Corte de "vagabundos". "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF."
A reunião, tornada pública no final de maio, foi apontada por Sergio Moro como uma das provas de que Bolsonaro queria interferir politicamente no comando da PF (Polícia Federal).
Relembre a reunião de 22 de abril
- Bolsonaro insinuou que poderia demitir Moro
- Bolsonaro xingou os governadores João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ)
- Abraham Weintraub (Educação) defendeu prisão de ministros do STF
- Damares Alves (Direitos Humanos) pediu prisão de prefeitos e governadores
- Paulo Guedes (Economia) disse que governo ia perder dinheiro salvando empresas "pequenininhas"
- Ricardo Salles (Meio Ambiente) disse que era momento de "passar a boiada" para simplificar normas
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