Sergio Moro e ministro André Mendonça trocam farpas por Bolsonaro
O ex-ministro Sergio Moro e o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, trocaram farpas por meio de mensagens publicadas na noite de hoje no Twitter.
A confusão começou depois que Moro criticou a atuação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia da covid-19, além da demora para o início da vacinação. Mendonça tomou as dores do chefe do Executivo e decidiu defendê-lo publicamente.
"Vi que Moro perguntou se havia presidente em Brasília? Alguém que manchou sua biografia tem legitimidade para cobrar algo? Alguém de quem tanto se esperava e entregou tão pouco na área da Segurança? Quer cobrança? Por que em 06 meses apreendemos mais drogas e mais recursos desviados da corrupção que em 16 meses de sua gestão?", escreveu Mendonça. (Leia as mensagens abaixo)
Em seguida, Moro rebateu o seu sucessor na pasta dizendo que ele não teve autonomia nem de escolher o diretor da Polícia Federal.
"Ministro, o senhor nem teve autonomia de escolher o Diretor da PF ou de defender a execução da pena da condenação em segunda instância (mudou de ideia?), então me desculpe, menos. Faça isso e daí conversamos."
Não demorou muito para Mendonça responder o ex-juiz. Ele afirmou que defendeu "a execução da pena a partir da condenação em 2ª instância" e que apoia o atual diretor da PF, Rolando Alexandre, "até porque sua gestão tem resultados muito melhores que a anterior".
"Agora, se não por mim, mas por sua biografia e pelo povo brasileiro: por que sua gestão tem resultados bastante inferiores aos da minha gestão?", acrescentou.
Por fim, Mendonça ainda questionou Moro por escolher trabalhar como consultor para a Alvarez & Marsal, que já faturou R$ 17,6 milhões com o processo de recuperação judicial do grupo Odebrecht.
"Trabalho não para dar entrevistas, para dar mais resultados que opiniões, para tirar menos fotos, para tirarmais recursos do crime organizado. É salutar para o país comparar gestões. Vamos?."
Bolsonaro anunciou o então advogado André Luiz de Almeida Mendonça como novo ministro da Justiça e Segurança Pública, em substituição a Moro, ainda no mês de abril. Além de Mendonça, Bolsonaro também anunciou na época Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.
Mendonça comandava a AGU (Advocacia Geral da União) antes da nomeação para a Justiça e ganhou destaque no noticiário em meados do ano passado, depois que Bolsonaro cogitou a indicação de seu nome ao STF (Supremo Tribunal Federal). O presidente disse que ele se encaixava na definição "terrivelmente evangélico".
Mendonça substituiu Sergio Moro, que pediu demissão e declarou, na ocasião, que deixava o cargo após Bolsonaro ter exonerado o diretor-geral da PF Maurício Leite Valeixo. O ex-juiz federal acusou o presidente de interferir politicamente no órgão, o que gerou uma crise política no governo.
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