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Mackenzie lamenta depredação durante protesto contra Bolsonaro

Agressores invadem a faculdade Mackenzie, quebram vasos, vidraças e máquinas da recepção - Leonardo Martins/UOL
Agressores invadem a faculdade Mackenzie, quebram vasos, vidraças e máquinas da recepção Imagem: Leonardo Martins/UOL

Andréia Martins e Carolina Marins*

Do UOL, em São Paulo

04/07/2021 17h41

A Universidade Presbiteriana Mackenzie lamentou hoje os episódios de depredação de sua sede próxima à avenida Paulista durante os protestos de ontem contra o presidente Jair Bolsonaro. O ato ocorreu pacificamente durante maior parte do percurso, mas na rua da Consolação houve confronto entre um grupo de pessoas e seguranças da estação de metrô Higienópolis-Mackenzie. A sede da instituição de ensino foi invadida e depredada.

"A sede do Instituto Presbiteriano Mackenzie - IPM, à Rua da Consolação, na Capital paulista, foi alvo de atos de vandalismo e saques em meio às manifestações ocorridas no dia de ontem na região central da cidade", disse a instituição em nota enviada ao UOL.

E continua: "O Mackenzie tem 150 anos de serviços prestados à educação, à cultura e, atualmente, também à saúde. Sempre praticou o respeito à democracia, às instituições e à liberdade de expressão. Por princípio, o IPM não compactua com atos dessa natureza. Nada justifica a violência."

Ontem a reportagem do UOL flagrou o momento em que pessoas invadiram a Universidade Mackenzie. Dentro da recepção, quebraram máquinas e vidraças, de acordo com seguranças do estabelecimento de ensino.

Na fachada do prédio, foi possível observar vasos quebrados e vidros estilhaços por todo lado. Vidraças da área externa da faculdade e a porta de entrada da recepção foram destruídas.

Perto da esquina da Consolação com a rua Maria Antonia, alguns metros depois da estação, um grupo atirou pedras contra um ponto de ônibus. Também atearam fogo em um bloqueio de um dos lados da avenida, formando uma barricada.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, quatro pessoas foram presas ontem durante os protestos. Os casos são investigados pelos 2° DP e 78° DP.

"Um homem, de 25 anos, foi preso em flagrante e indiciado pelo 2° DP, após agredir um agente de segurança do Metrô com um objeto de madeira e causar danos na estação Higienópolis/Manckenzie", disse a secretaria em nota.

"Os outros três suspeitos foram levados ao 78° DP. Um rapaz, de 19 anos, foi preso em flagrante após apedrejar e incendiar uma agência bancária na Rua da Consolação. Com ele, foram apreendidos um martelo e duas garrafas quebradas. Ele foi encaminhado ao PS Saboya e depois à unidade policial, onde foi autuado pelos crimes dos artigos 250 e 163 do Código Penal. Outros dois indivíduos, de 26 e 29 anos, foram conduzidos à delegacia e são investigados por danificar o prédio de uma universidade."

Protesto reúne PT e PSDB

O protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reuniu membros de diferentes espectros políticos na avenida Paulista, em São Paulo, incluindo apoiadores de PT e PSDB, partidos que são rivais históricos. Faixas e cartazes pediam a saída do atual presidente. Outros protestos ocorreram simultaneamente diversas em capitais, incluindo Brasília.

A participação do PSDB ao lado de legendas e movimentos de esquerda é inédita.

Centrais sindicais e entidades estudantis, como UNE, UJS e UMES, também participam da manifestação. A Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular ajudaram na organização e participam do ato.

Além de bandeiras partidárias e cartazes pedindo a saída do presidente, alguns manifestantes portavam a bandeira nacional e uma enorme faixa em verde amarelo pedia o impeachment de Bolsonaro.

*Colaboraram Leonardo Martins e Gabriela Sá Pessoa