Aliada de Bolsonaro, Carla Zambelli reclama de encontro de Macron e Lula
Considerada uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) reclamou hoje do encontro entre o presidente da França, Emmanuel Macron, e o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocorrido na residência oficial do chefe de Estado francês, o Palácio do Eliseu, em Paris. O encontro com Lula teve protocolo reservado a chefes de Estado.
Desafeto de Bolsonaro, Macron se encontrou com Lula em um momento em que a relação entre Brasil e França está abalada. O presidente francês é crítico ferrenho da política ambiental do atual governo brasileiro. Ele chegou a vetar qualquer acordo comercial com o Mercosul, falando em "crime de ecocídio" por parte do Brasil.
Entendo que um chefe de Estado se encontrar com um oposicionista de outra Nação demonstra falta de apreço pela diplomacia, a fim de criar um ambiente de desconforto. Carla Zambelli, aliada de Bolsonaro, nas redes sociais
"A população francesa é madura, tem apreço pela democracia e não se sentirá representada por um presidente que se relaciona com um ex-condenado e que ainda responde a vários processos por corrupção", concluiu ela.
Outro bolsonarista que também demonstrou incômodo com a viagem de Lula foi o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni. Em seu perfil, nas redes sociais, Lorenzoni acusou ainda a imprensa por cobertura da viagem do petista.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro vai a Dubai mostrar ao mundo as oportunidades de investimento no Brasil, a imprensa engajada exalta o ex-presidiário, líder do maior esquema de corrupção da história, que vai a falar mal do Brasil na Europa. Onyx Lorenzoni sobre viagem de Lula
Apesar de ter antecipado o encontro que teria com Macron, Lula não deu detalhes da agenda com o francês. O ex-presidente brasileiro cumpre uma série de compromissos na Europa desde a última quinta-feira (11).
Lula iniciou sua passagem pelo velho continente por Berlim, na Alemanha. Na sexta-feira (12), o petista se reuniu por mais de uma hora com Olaf Scholz, futuro chanceler alemão.
Da Alemanha, Lula foi para Bruxelas, na Bélgica, onde discursou no Parlamento Europeu, nesta segunda-feira (15). Ao falar na Conferência de Alto Nível da América Latina, o ex-presidente foi aplaudido de pé depois de dizer que o Brasil vive uma "tragédia sem precedentes" desde que Bolsonaro chegou ao poder e listou uma série de condutas do que chamou de "atitude criminosa" do governo durante a pandemia do novo coronavírus.
No primeiro dia na França, ontem, Lula almoçou com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo. À noite, ele discursou no renomado Instituto de Estudos Políticos de Paris. Lá, ele falou sobre sua visão sobre o papel do Brasil "no mundo de amanhã".
O tour do ex-presidente pela Europa prevê ainda uma passagem pela Espanha, onde participará de uma conferência e se reunirá com lideranças políticas.
Já Bolsonaro cumpre a sua agenda no Golfo Pérsico sob justificativa de buscar investimentos, além da discussão de ações para a retomada da economia: Dubai, nos Emirados Árabes, Manama, no Bahrein, e Doha, no Catar, fazem parte do roteiro.
Integram a comitiva os ministros Paulo Guedes (Economia), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Defesa), Carlos França (Relações Exteriores), Gilson Machado (Turismo) e Bento Albuquerque (Minas e Energia). Apoiadores do presidente, dentre eles, um vereador de Belo Horizonte, também o acompanha na viagem.
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