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Kennedy: Viagem mostra que Lava Jato não conseguiu destruir imagem de Lula

Do UOL, em São Paulo

19/11/2021 13h21Atualizada em 19/11/2021 15h07

Para Kennedy Alencar, colunista do UOL, a viagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um "gol político" do ex-presidente, que mostrou ter uma capacidade de diálogo e de articulação política no cenário internacional melhor o que presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"A viagem vai render dividendos políticos para ele (Lula), que mostra que a Lava Jato, que o prendeu por 580 dias, não conseguiu destruir a sua imagem internacional", disse Kennedy ao UOL News, programa do Canal UOL.

Para o colunista, "não há comparação" entre as viagens de Lula e Bolsonaro — enquanto, nos últimos dias, o ex-presidente esteve na Europa, o atual ocupante do Palácio do Planalto esteve visitando países do Oriente Médio.

Hoje, Lula foi recebido pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez. Na ocasião, segundo o ex-presidente, ambos conversaram sobre como enfrentar o avanço da extrema-direita — caso do próprio Bolsonaro — no mundo.

O encontro com o premiê é o último dos feitos por Lula na Europa. Na última quarta-feira (17), o petista foi recebido com honras de chefe de Estado pelo presidente da França, Emmanuel Macron. Antes, já havia se reunido com o futuro chanceler alemão, Olaf Scholz.

"As pessoas podem gostar ou não do Lula, mas a viagem que ele fez mostra que ele é respeitado. Ele foi tratado como chefe de Estado, um estadista", pontuou Kennedy Alencar.

Para ele, o ex-presidente mostrou que pode ser alguém capaz de destravar as negociações do acordo entre a UE (União Europeia) e o Mercosul (Mercado Comum do Sul), já que demonstrou ter bom trânsito com líderes importantes do bloco europeu.

"O governo Bolsonaro não soube conduzir adiante a negociação e ainda está com essa política ambiental destruidora - e, aí, a França, a Alemanha e a Espanha travaram o acordo", esclareceu o colunista.

O acordo enfrenta críticas especialmente do governo francês e de eurodeputados ligados a bandeiras ambientais, por causa do desmatamento na Amazônia, mas também de setores agrícolas do continente, que temem concorrer com o agronegócio brasileiro.