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Internado, Roberto Jefferson testa positivo para a covid pela 2ª vez

Roberto Jefferson durante sessão Plenária na Câmara em agosto de 2019 - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Roberto Jefferson durante sessão Plenária na Câmara em agosto de 2019 Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Gilvan Marques

Do UOL, em São Paulo

19/01/2022 17h41

Um dia depois de ser transferido para um hospital, em Botafogo, bairro nobre da zona sul do Rio, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) foi diagnosticado com covid-19 pela segunda vez. A informação foi confirmada pela reportagem do UOL junto ao advogado dele, Luiz Gustavo Pereira.

"Ele está sintomático, com pés inchados, dores no corpo, febre, sintomas gripais, coriza, tosse e catarro", afirmou Pereira ao UOL, por telefone.

Segundo a defesa, Jefferson, até agora, só teve contato com os médicos. Nem os advogados nem familiares puderam conversar com o político por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. A partir de agora, depois do teste positivo, Jefferson deve seguir o protocolo e ficar em isolamento.

Essa é a segunda vez que o ex-presidente do PTB se contamina com o coronavírus. Em setembro, Jefferson anunciou que havia testado positivo para a doença e que estava se tratando com hidroxicloroquina por recomendação médica — um medicamento considerado por cientistas como ineficaz para a covid-19.

O ex-deputado foi liberado ontem por Moraes a deixar a prisão para ser transferido a um hospital. De acordo com o documento, ele seria levado a um hospital em Botafogo, no Rio.

A decisão diz que Jefferson "deverá ser acompanhado por escolta e retornar ao estabelecimento prisional após a realização dos exames apontados como necessários, sendo permitido seu contato somente com a equipe médica e de enfermagem".

A liberação, no entanto, ocorreu somente depois que Ana Lúcia Jefferson, mulher de Jefferson, gravou vídeo fazendo apelo a autoridades para que o marido fosse transferido imediatamente para um hospital devido às condições de saúde. Na gravação de 35 segundos, Ana Lúcia chora e diz que o político corria risco de morte. (Assista ao vídeo abaixo)

Eu venho aqui fazer um pedido às autoridades. Quem puder ajudar... o presidente Bolsonaro. O Roberto precisa ser transferido para um hospital. Acabei de receber a ligação da médica, que o laboratório ligou para ela, que o d-dímero dele está altíssimo e o Roberto tem comorbidades, não tem como ficar naquele presídio. Ele precisa ser transferido para um hospital com urgência. Ele está correndo risco de vida. Gente, quem puder, me ajuda. Que as autoridades olhem por ele. Por favor. Ana Lúcia, em vídeo divulgado nas redes sociais

Suspeito de envolvimento com milícia digital

Jefferson está detido desde agosto por determinação do ministro do STF por suspeita de envolvimento com uma milícia digital que atua contra a democracia.

Em dezembro, Moraes já havia negado um pedido de soltura do ex-deputado sob o argumento de que a manutenção da prisão é "necessária e imprescindível à garantia da ordem pública e à instrução criminal".

Jefferson já teve negados pelo Supremo outros pedidos de soltura, mas, nesse caso, em dezembro, Moraes não apenas manteve a prisão do ex-deputado, como também o afastamento do político da presidência do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), determinado em novembro e válido por 180 dias.

De acordo com Moraes, o afastamento de Jefferson da presidência do PTB serve "para cessar a utilização de dinheiro público na continuidade da prática de atividades ilícitas". Segundo o ministro, o ex-parlamentar vinha usando a estrutura da legenda para promover ataques à democracia. Jefferson é investigado no inquérito que apura as atividades de milícias digitais.

Com problemas de saúde, Roberto Jefferson chegou a ser hospitalizado e, mais tarde, internado no presídio de Bangu 8. A defesa chegou a pedir prisão domiciliar com base no estado de saúde do ex-deputado, mas não teve sucesso.

A defesa informou hoje ao UOL que deve entrar com um novo pedido de prisão domiciliar para Jefferson.