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Isa Penna pede nulidade de sessão que negou cassação de Olim

A deputada estadual Isa Penna (PCdoB) - José Antonio Teixeira/Alesp
A deputada estadual Isa Penna (PCdoB) Imagem: José Antonio Teixeira/Alesp

Do UOL, em São Paulo

10/05/2022 19h36

A deputada Isa Penna (PCdoB) pediu a nulidade da sessão de hoje do Conselho de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) que negou levar adiante a representação contra o deputado Delegado Olim (PP), por quebra de decoro parlamentar. Foram 6 votos a 4 contra a representação.

A advogada Maíra Recchia disse não ter sido notificada da sessão. O que, explica a defesa, "transgride o princípio de ampla defesa e contraditório e desrespeita as prerrogativas da advocacia".

A advogada também criticou Olim e disse que o deputado "não nega o teor de suas falas" e, sim, "esperneia e alega que não consta no autos do processo documentação acostada sobre a gravação das falas proferidas por ele mesmo". "Desta forma falta com a verdade sem o menor pudor almejando deslegitimar os pedidos", afirma Maíra.

No último dia 20 de abril, Olim disse, em entrevista a um podcast, que a deputada tinha sorte de ter sido assediada pelo deputado Fernando Cury (União Brasil). Segundo ele, Isa Penna seria reeleita por ter ficado em evidência após o episódio. Cury foi flagrado apalpando os seios da colega, que logo fez a denúncia que o levou ao afastamento de suas funções por 180 dias.

Mas, agora, a Alesp decidiu por não punir Olim. O deputado minimizou o que tinha dito e afirmou que Isa Penna ganharia "mais 5 minutos de fama", desta vez no caso dele.

Votaram não os deputados Adalberto de Freitas (PSDB); Barros Munhoz (PSDB); Wellington Moura (Republicanos); Professor Kenny (PP) - que substituiu o próprio Delegado Olim no Conselho de Ética; Campos Machado (Avante); e Alex de Madureira (PL). Votaram sim: Enio Tatto (PT), único homem a votar pela representação; Marina Helou (Rede); Erica Malunguinho (PSOL); e a presidente da comissão, Maria Lúcia Amary (PSDB).

Em nota, a deputada Isa Penna disse que a decisão do Conselho de Ética seria mais um obstáculo que ela enfrenta na luta pelo fim da cultura machista que impera na Casa Legislativa: "Não causa espanto, mas muita indignação, que os seis votos sejam justamente de colegas homens que mais uma vez agiram de forma corporativista em defesa de mais um parlamentar que manifesta publicamente seu machismo."

* Com informações do Estadão Conteúdo