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Flávio Bolsonaro diz que 7 de setembro será 'grito de socorro' da população

Senador Flávio Bolsonaro  - Reprodução/CNN Brasil
Senador Flávio Bolsonaro Imagem: Reprodução/CNN Brasil

Colaboração para o UOL, em Maceió

08/06/2022 22h08

Depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) falar sobre a realização de um novo ato previsto para acontecer no próximo 7 de setembro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a manifestação "será um grito de socorro da população", em uma nova investida contra o STF (Supremo Tribunal Federal).

Em entrevista à CNN Brasil, Flávio disse que o ato terá uma "grande" participação popular e será um recado para que o país entenda "de que lado o povo está". Sem citar os nomes dos ministros da Corte, o parlamentar sugeriu que são as decisões tomadas pelos magistrados que motivam as pessoas a irem para as ruas protestar.

"O político tem que brigar pela preferência do povo. Não é um membro do judiciário que tem que brigar por isso. Mas as próprias pessoas estão se vendo motivadas a irem para a rua no 7 de setembro esse ano, exatamente para somar a esse grito de socorro que o presidente Bolsonaro está dando para a população", declarou.

Flávio Bolsonaro pediu ajuda aos brasileiros que estão "vendo o que está acontecendo" com o país e pontuou que, hoje, o Brasil não é uma democracia.

"Me ajude, você está vendo o que está acontecendo com o Brasil. Vamos ter uma democracia que a gente não está tendo hoje. Então, isso que motiva. O que é que dá razão para a pessoa ir para a rua no 7 de Setembro? É o Bolsonaro ou são essas poucas pessoas do Supremo?", completou.

Ontem, em entrevista ao SBT News, Jair Bolsonaro disse que seus apoiadores estão preparando um novo ato para 7 de setembro deste ano, e garantiu que participará da manifestação em Brasília que, segundo o mandatário, tem como pauta a defesa de questões "morais" e "eleições auditáveis".

"O que está sendo organizado, por exemplo, é um 7 de setembro, onde a presença do povo estaria dando uma manifestação de que lado eles estão: lado da ordem, da família, da lei, da ética da Constituição, da democracia. Isso que eles querem, defesa da família, contra a ideologia de gênero, contra aborto, contra empréstimo que havia no passado de bancos oficiais para ditaduras da África e América do Sul", disse Bolsonaro, que voltou a falar sobre "eleições limpas e auditáveis".

Bolsonaro fez discurso golpista em 7 de setembro de 2021

Em 7 de setembro de 2021, Jair Bolsonaro e seus apoiadores realizaram atos por todo o país e tiveram como pauta central ataques à democracia, com discurso golpista do presidente e incentivo a desobediência das decisões proferidas pelo ministro Alexandre de Moraes, o principal alvo do presidente e seus filhos.

Na ocasião, Bolsonaro declarou abertamente que não respeitaria "qualquer decisão" de Moraes e chamou o magistrado de "canalha" durante protesto na Avenida Paulista, em São Paulo, que foi acompanhado por cerca de 125 mil pessoas.

Posteriormente, o presidente recuou de suas investidas golpistas e divulgou uma carta aberta à população, na qual dizia respeitar as instituições brasileiras e de que "suas palavras" no ato decorreram "do calor do momento".

A sinalização de paz por parte de Bolsonaro à época foi costurada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), com o objetivo de estabelecer uma trégua na guerra institucional entre o Executivo e o Judiciário. Porém, na entrevista de ontem ao SBT News, o mandatário recordou o episódio e acusou Moraes de descumprir pontos do que foi acertado na ocasião. Mais tarde, Temer desmentiu Bolsonaro.

Flávio diz ter perdido 'esperança' com STF

À CNN Brasil, Flávio Bolsonaro disse ter perdido a "esperança" com o STF após a maioria dos ministros da Segunda Turma do Supremo votarem a favor da cassação do mandato do deputado federal bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR). Para o senador, essa decisão foi um recado da Corte ao presidente Jair Bolsonaro.

"Eu perdi já a esperança. Eu tinha a esperança que internamente o Supremo conseguisse se resolver e evitar esse arroubos individuais de alguns em momentos diferentes, que são aberrações jurídicas. Olha, o que fizeram com o deputado Francischini: uma aberração jurídica sem tamanho, uma perseguição que ele sofreu organizada por algumas dessas pessoas para mandar recado para Bolsonaro", afirmou.

Ontem, três dos cincos ministros da Segunda Turma do STF votaram pela manutenção da cassação de Francischini e derrubaram um parecer monocrático do ministo Kássio Nunes Marques. O deputado paranaense foi condenado por ter afirmado, sem provas, que as urnas foram fraudas para impedir o voto em Bolsonaro no pleito de 2018.

Jair Bolsonaro chegou a defender Francischini e disse que o parlamentar é vítima de "perseguição" por parte da Justiça Eleitoral. Ainda, o chefe do Executivo disse que ele e o deputado partilham da mesma opinião.

"E digo mais: a opinião dele é exatamente igual à minha. Igual à minha. Tá? Porque vários vídeos chegavam para mim, chegou para ele também, de pessoas que iam votar e, quando apertavam o número 1, já dava por encerrada a votação e aparecia a foto do candidato 13, o Haddad, ali do lado", disse o presidente sobre a eleição de 2018, da qual ele saiu vitorioso.