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Após vaias em Caruaru, Bolsonaro vai disputar aplausos com Lula em Salvador

Colaboração para o UOL, em Brasília

28/06/2022 11h24Atualizada em 28/06/2022 14h59

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participará de uma motociata com apoiadores em Salvador (BA), no sábado (2). A ideia inicial era que o ato fosse realizado em 3 de julho, em Juiz de Fora (MG), cidade em que ele foi alvo de um atentado a faca, durante a campanha presidencial de 2018. A mudança de planos deu-se quando a equipe de pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou escapar que o petista estaria em Salvador no fim desta semana.

A ideia é "fazer o teste das ruas" e, no dia seguinte, encher as redes sociais de imagens em que o mandatário aparece "no meio do povo", enquanto "Lula se esconde num ginásio só com militantes''. A informação é da colunista do UOL Thais Oyama, durante participação em "O Radar das Eleições".

Consultada pela reportagem, a assessoria de Lula informou que o ato a favor do presidenciável será realizado na região da Arena Fonte Nova, na parte da manhã. O local é próximo ao manancial Dique Tororó, onde Bolsonaro deverá se encontrar com eleitores, também pela manhã. A data de 2 de julho é simbólica porque marca a "Independência da Bahia".

A motociata ocorrerá poucos dias depois de Bolsonaro ter sido recebido com vaias na festa de São João em Caruaru (PE). Acompanhado pelo ex-ministro do Turismo e pré-candidato ao Senado pelo Estado, Gilson Machado (PL), o mandatário foi breve em seu discurso, que durou 23 segundos. Durante o evento, o público se dividia entre aplausos, palavras de ordem contra o atual governo e em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Caruaru, Pernambuco, boa noite. Capital do forró. Uma satisfação muito grande estar no Nordeste acompanhado de um ex-ministro de Pernambuco, o Gilson Machado. A todos vocês: que Deus ilumine cada um. E que Deus abençoe todo o Brasil. Muito obrigado a todos vocês
Jair Bolsonaro, em discurso de 23 segundo em Caruaru (PE)

4 motociadas em junho

A menos de dois meses para o início da campanha eleitoral, Bolsonaro tem participado de diversas motociatas com apoiadores.

Além da realizada em Caruaru, que ocorreu num momento em que o governo busca se distanciar do caso envolvendo o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, antes, ele havia participado de um ato com apoiadores no Amazonas, na semana em que a PF encontrou os corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. O mandatário não comentou sobre o caso durante a agenda no Estado.

Outra motociada com participação de Bolsonaro foi realizada no Rio Grande do Norte, em 17 de junho —um dia antes de Lula visitar a capital, Natal. Em 11 de junho, Bolsonaro havia ainda participado de manifestação semelhante na Florida (EUA), após participação na Cúpula das Américas.

MPE deve se manifestar sobre evento de abril

O ministro Alexandre de Moraes, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mandou o MPE (Ministério Público Eleitoral) se manifestar numa ação em que o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) pede abertura de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposto uso de dinheiro público para fazer propaganda eleitoral antecipada.

Levantamento feito pelo congressista, a partir de informações do Portal da Transparência da Presidência da República, apontou gasto de R$ 160 mil em passagens e diárias para Bolsonaro participar de uma motociata realizada por apoiadores em São Paulo, em 15 de abril.

Órgão pedirá arquivamento

É praxe que o TSE acolha recomendações do Ministério Público, que pode sugerir o arquivamento ou prosseguimento de ações como a protocolada por Elias Vaz. O vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gionet, deve se manifestar pela improcedência do pedido, segundo interlocutores consultados pelo UOL.

Além de Bolsonaro, participaram do ato em abril os ex-ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), o ex-secretário da Pesca Jorge Seif e deputados bolsonaristas. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o gasto com policiamento foi de R$ 1 milhão. Cerca de 2.000 policiais militares foram mobilizados para monitorar o trajeto da manifestação.