'Big techs ultrapassaram os limites', diz Lira; votação de PL não tem data
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), falou que recebeu denúncias de deputados ameaçados às vésperas da votação do PL das Fake News.
O que aconteceu:
Lira disse ter acionado a advocacia da Câmara sobre o caso. As falas foram dadas em entrevista à GloboNews e ocorrem após procedimentos do Cade e Senacon, órgãos do Ministério da Justiça, serem abertos para investigar o Google e a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp. O STF determinou que os presidentes das big techs prestem depoimentos à Polícia Federal.
"As big techs ultrapassaram todos os limites da prudência. Se a gente puder comparar, é como se tivessem impedido o funcionamento de um Poder", afirmou Lira. O Google, que também é dono do YouTube, lançou uma ofensiva contra o PL, conforme mostraram e-mails, prints e relatos obtidos pela Folha, além de um levantamento do NetLab, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). A plataforma negou impulsionar conteúdos contra o projeto.
Lira disse que o "clima não está fácil" no Parlamento e "as discussões dizem respeito a tudo, menos ao texto" do PL das Fake News.
O presidente da Câmara disse que ainda não tem uma nova data para votar o PL das Fake News, que foi adiado ontem, por pedido do relator da proposta, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), aliado de Lula (PT). Os governistas não conseguiram o apoio necessário para a aprovação e o relator pediu mais tempo para alterar o parecer.
O relator disse que o tema deve demorar ao menos mais duas semanas para ser pautado, já que Lira viaja para os Estados Unidos e retorna em meados de maio. O presidente da Câmara "deu interesse de estar na Casa quando o tema for votado", segundo Orlando.
Vamos procurar todos os meios para entrar com ação responsabilizando pelo ato quase de horror que praticaram na vida dos deputados a uma semana da votação dessa matéria".
Arthur Lira
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