Em pré-campanha, Boulos faz 1ª reunião com partidos aliados e critica Nunes
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) se reuniu nesta segunda-feira (16) pela primeira vez com os partidos que integram sua pré-campanha para a Prefeitura de São Paulo.
O que aconteceu
Boulos uniu representantes do PSOL, PT, PCdoB, PV e Rede, que já anunciaram apoio à sua pré-candidatura em 2024. O deputado voltou a afirmar que vai rodar as 32 regiões administrativas da capital até o ano que vem para ouvir a população sobre os problemas da cidade.
Para essa ação, a pré-campanha lançou o Movimento Salve São Paulo. A ideia, segundo Boulos, é que o grupo de coordenação política amplie o trabalho do movimento nos próximos meses.
O pré-candidato fez duras críticas à gestão do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e elogiou ex-prefeitos como Luiza Erundina (Psol), Gilberto Kassab (PSD), Marta Suplicy (sem partido) e Bruno Covas (que morreu em 2021 e tinha Nunes como vice).
Qual o legado da gestão Ricardo Nunes? Dobrar a população de rua, espalhar a 'cracolândia' pelo centro inteiro? Se você olhar, é uma gestão que quando faz, faz de forma mal feita e suspeita.
Boulos
Pesquisa Datafolha mostrou Boulos liderando as intenções de voto para prefeitura da capital com 32% — o atual prefeito aparece em segundo lugar com 24%. A primeira reunião do grupo político da pré-campanha foi feita em um hotel na região central da capital paulista.
Drauzio na equipe?
Boulos anunciou para a imprensa que a pré-campanha conta com grupos temáticos como "cracolândia", educação e saúde pública. Na primeira equipe estão nomes como os do oncologista Drauzio Varella, do psiquiatra Arthur Guerra e do ex-secretário de Segurança Urbana, Benedito Mariano.
Estamos construindo nosso grupo de cracolândia multidisciplinar, que tem desde profissionais de saúde, como Drauzio Varela, que foi convidado e vai participar do nosso grupo.
Boulos
Horas depois, a assessoria de imprensa da Globo negou a informação. "Drauzio Varella não tem envolvimento com nenhum partido ou candidato."
Procurada, a assessoria do pré-candidato disse que Boulos fez um convite para o médico discutir "institucionalmente o tema da cracolândia".
Temos ciência de que, por razões contratuais, Drauzio sequer pode ter vínculo formal com qualquer campanha ou candidatura. A fala do deputado durante a coletiva de imprensa, porém, induziu ao erro.
Assessoria do pré-candidato Guilherme Boulos
O grupo de coordenação política
A coordenação-geral da pré-campanha ficará sob a responsabilidade de Josué Rocha, atual chefe de gabinete de Boulos e ex-coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), e de Laércio Ribeiro, presidente do PT na capital paulista. Rocha também coordenou a campanha do deputado nas eleições de 2021.
Laércio afirmou que o presidente Lula (PT) participará na campanha no próximo ano e será consultado para decisão do candidato a vice — que só terá definição no próximo ano. A presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, também estava presente.
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Quero receberO deputado Antonio Donato (PT) será responsável pelo programa de governo. Ele tem liderado os grupos temáticos como o da "cracolândia".
O publicitário Lula Guimarães também fará parte da equipe. Ele foi responsável pela campanha de João Doria para a Prefeitura de São Paulo em 2016.
Representantes de cada partido também integram o grupo de coordenação política da pré-campanha. Vereadores e deputados participam das discussões, que devem ser feitas uma vez por mês.
Busca por mais apoio
Boulos afirmou que a pré-campanha tem buscado apoio de mais partidos, além dos cinco que já oficializaram aliança. Avante e PDT foram citados pelo deputado.
"O PDT hoje cogita lançar a candidatura própria com o [apresentador] Datena, mas ainda não fecharam. Existe diálogo para uma eventual composição", disse o deputado. Ele ressalta que a definição partidária só se dará entre março e abril de 2024.
A pré-campanha quer dialogar com diferentes partidos e aproximar Boulos de setores de fora da esquerda. O atual prefeito tem como uma das estratégias colar a pecha de que seu principal concorrente é extremista — em situações como a da greve do Metrô e na guerra de Israel e Hamas.
"Tenho dito que estou ansioso para a eleição do ano que vem para fazer um debate de biografia. Eu saberei dizer onde estive, o que fiz nos últimos 20 anos, sei explicar todos meus bens. Tenho dúvida se o prefeito consegue dizer", afirmou Boulos.
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