Conteúdo publicado há 4 meses

Ministro de Lula troca secretária que recusou pagar passagens para Carnaval

A ex-coordenadora do MST Kelli Mafort foi nomeada Secretária-Executiva da Secretaria-Geral da Presidência.

O que aconteceu

A ex-secretária-executiva Maria Coelho deixou o cargo após desentendimentos com o ministro. Ela se negou a autorizar o uso de dinheiro público para custear a viagem de três servidores para Aracaju para uma festa de Carnaval fora de época. Segundo o colunista Lauro Jardim, do Globo, o próprio ministro autorizou o pagamento.

Kelli Cristine de Oliveira Mafort foi escolhida pelo ministro Márcio Macêdo como número 2 da pasta. Ele diz que Kelli "demonstrou capacidade de gestão à frente da Secretaria Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas desde janeiro de 2023".

Ela é doutora em Ciências Sociais pela Unesp. Durante o mestrado e no doutorado, foi bolsista do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e fez pesquisas sobre a questão agrária, trabalho, movimentos sociais e gênero.

Kelli também foi uma liderança nacional do MST. Ela trabalhou como educadora popular e coordenadora pedagógica de programas da Unicamp em parceria com movimentos sociais.

Nas redes sociais, Kelli agradeceu a nomeação e diz que assume com "imensa alegria e senso de responsabilidade". "Frente à Secretaria Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas, aprendi a transformar desafios em conquistas. Ainda temos muitos outros desafios afrontadores, mas há certeza de que a Participação Social é a melhor forma de implementar políticas públicas".

Maria era servidora de longa data dos governos Lula. Ela foi exonerada em 9 de janeiro.

Viagem custou R$ 18,5 mil aos cofres públicos

A Secretaria-Geral usou verba pública para custear a viagem de três servidores para o Précaju, em Sergipe, no fim do ano passado. Conforme o Estadão revelou, a agenda particular ocorreu entre os dias 3 e 5 de novembro e custou, ao todo, R$ 18.559,27 aos cofres públicos.

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O Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) vai apurar se os recursos foram destinados de forma irregular. Após a repercussão, Márcio Macêdo diz que houve um "erro formal" e que o dinheiro foi devolvido.

Eu paguei as minhas passagens, em voo comercial, e fora do expediente. Eu fui no final de semana, em agenda particular, e não recebi diárias para isso. Houve um erro formal do meu gabinete, um erro de procedimentos que nunca mais se repetirá. Um erro onde três assessores foram para Aracaju e utilizaram as passagens e os recursos públicos.
Márcio Macêdo, em justificativa

Um dos assessores foi um fotógrafo oficial da Presidência da República, que registrou Macêdo na festa. A justificativa inicial da pasta é que houve uma visita a uma ONG, que não estava em seus compromissos oficiais. Mas o ministro não postou nenhuma foto do encontro na organização em suas redes sociais, enquanto publicou 28 imagens e um vídeo da festa.

"Eu sabia que eles estavam lá, mas não sabia que estavam recebendo e que foram gastos recursos públicos sem ter agenda institucional", continuou Macêdo, sem citar a suposta ONG. "Isso não pode acontecer, isso tem que ser corrigido."

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