'Negacionista da economia': quem é deputado que bateu boca com Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu uma acusação de que seria "negacionista" na economia durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. A troca de farpas aconteceu com o deputado Abilio Brunini (PL-MT).

Me chama de negacionista? Defendi a vacina o tempo todo, a Terra é redonda o tempo todo. Vocês negam que a Terra é redonda, vocês negam que a vacina previne. Negam que deram um calote em precatório, negam que deram calote em governador.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Quem é Abilio Brunini?

Nascido em 31 de janeiro de 1984, em Cuiabá, Abílio Jacques Brunini Moumer é formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Cuiabá. Em seu site, ele também afirma que tem pós-graduação em Mobilidade Urbana e que sempre se interessou pela "busca da conexão da cidade com a arquitetura e urbanismo".

Ele começou sua carreira política em 2017, quando foi eleito vereador da capital mato-grossense pelo PSC, segundo o site da Câmara dos Deputados.

Mandato cassado. Em 2020, Brunini teve o mandato cassado por 14 votos a 11, por quebra de decoro parlamentar. Em janeiro do ano passado, a cassação foi anulada pela Justiça.

Ainda em 2020, Brunini concorreu à prefeitura de Cuiabá. Ele perdeu a eleição no segundo turno.

Em 2022, foi eleito deputado federal pelo estado do Mato Grosso, pelo PL — partido de Jair Bolsonaro. Ainda de acordo com seu site, o posicionamento de Brunini é "pró-vida, pró conservadorismo, luta pela defesa pessoal e propriedade privada, pró empreendedorismo, a favor da educação e da escola sem partido, em defesa do SUS e da saúde pública funcionando de forma correta, pela manutenção da liberdade pessoal do indivíduo e pela liberdade religiosa".

Apoio ao ex-presidente. No Instagram, onde acumula 285 mil seguidores, o deputado coleciona publicações ao lado de Bolsonaro, sempre demonstrando apoio ao ex-presidente.

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Polêmicas

Brunini ficou conhecido na CPMI do 8 de janeiro por causar constantes tumultos, mesmo não sendo membro. Ele foi repreendido algumas vezes pelo presidente da comissão, o deputado Arthur Maia (União-BA).

Acusação de violência política de gênero contra Erika Hilton. Durante sessão da CPMI dos atos golpistas, em julho do ano passado, o deputado foi acusado de violência política de gênero contra a deputada Erika Hilton (PSOL). Ele riu das acusações e negou qualquer tipo de ofensa.

Na ocasião, segundo parlamentares que estavam perto de Brunini, quando Erika disse que ele estava "carente", o deputado disse: "Por que, tá precisando de serviço?". Na avaliação desses congressistas, tratou-se de uma insinuação de que ela queria se prostituir. No momento, o microfone do deputado estava fechado e apenas pessoas próximas o escutaram.

Acusação de racismo. Ainda durante a CPMI dos atos golpistas, o deputado também foi acusado de ter feito um gesto supremacista branco. Na ocasião, ele levantou três dedos em movimento similar a "ok" ou formando as letras WP — em referência à expressão em inglês "White Power" ou "poder branco". Brunini negou as acusações e disse que apenas havia pedido mais três minutos a outro deputado.

Briga em audiência sobre conflito Israel e Palestina. Ainda em 2023, durante sessão da Comissão de Legislação Participativa da Câmara, Brunini falou que o apoio enviado à Faixa de Gaza era o equivalente a dar suporte ao grupo terrorista Hamas.

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