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Landim: Lula ergue bandeira climática na ONU, mas promove política ambígua

Lula reforçou o alerta sobre a crise climática global em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), mas o presidente adota uma política ambiental ambígua no Brasil, afirmou a colunista Raquel Landim no UOL News desta terça (24).

O Brasil tinha de tudo para levantar essa bandeira e ser o principal defensor. Vinha de um governo Jair Bolsonaro com terra arrasada, com uma política ambiental completamente disfuncional e o Ibama desaparelhado. Apesar de colocar um foco nesse sentido, o governo Lula não está conseguindo dar as respostas necessárias.

A Amazônia e o Pantanal estão ardendo. Apesar de ter Marina Silva [ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima], uma pessoa emblemática, o governo não consegue dar respostas; os incêndios estão aí. E há uma política ambígua. Ao mesmo tempo em que prega a proteção do meio ambiente, ele também promove e costuma dar razão a várias políticas desenvolvimentistas que não favorecem o meio ambiente.

Uma das provas dessa ambiguidade é a reunião do presidente Lula com os representantes da empresa petrolífera Shell fora da agenda, da qual Marina Silva sequer participou. Não que o Brasil não deva ter contato com petroleiras estrangeiras, mas precisava ser neste momento, quando ele defende essa bandeira lá na ONU? Raquel Landim, colunista do UOL

Landim ainda destacou a fala de Lula sobre a escalada da tensão no Oriente Médio. Para a colunista, o petista adota um discurso mais alinhado ao da maioria das nações ao condenar as ações de Israel nos conflitos travados na Faixa de Gaza e no Líbano.

O desenrolar dos acontecimentos e o comportamento de Benjamin Netanyahu [premiê israelense] foi virando a opinião pública global. Apesar de transformar Gaza em uma terra arrasada, Netanyahu não consegue dar uma resposta à própria opinião pública interna e libertar os reféns. Aí ele abre outra frente de guerra contra o Líbano.

O posicionamento de Lula diante da reação de Netanyahu vai se juntando ao do mainstream global. Raquel Landim, colunista do UOL

A cobrança de Lula por mudanças no Conselho de Segurança da ONU faz parte do histórico da diplomacia brasileira, mas o pedido dificilmente será ouvido, analisa Landim.

Pedir a reforma do Conselho de Segurança da ONU é um posicionamento clássico da diplomacia brasileira, e ela precisa fazer isso. Faz parte do script e todos os presidentes fazem isso, mas é inútil. Sabemos que não haverá essa reforma e até nos questionamos para que serve esse Conselho de Segurança. Raquel Landim, colunista do UOL

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