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Brasileiros querem médico mais humano e que toque no paciente, diz Dilma

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

02/10/2013 12h31

A presidente Dilma Rousseff disse acreditar que a chegada de médicos estrangeiros ao Brasil vai tornar o atendimento mais humano aos pacientes.

  • Arte UOL

    Saiba qual a proporção de médicos em cada Estado e o panorama em outros países

"Nós fizemos um diagnóstico e vimos que as pessoas se queixam de duas coisas: de ter um atendimento que é necessário agendar e vai demorar muito, porque não tem o médico no posto de saúde. E querem outra coisa também: que o atendimento seja humano, essa questão da humanidade no trato com a pessoa", disse em entrevista a rádios de Natal, no Rio Grande do Norte, onde faz visita nesta quarta-feira (2).

Dilma afirmou que o programa Mais Médicos surgiu por críticas feitas pela população à ela não só pela falta de profissionais, mas também pela falta de um atendimento mais humanizado, pelo qual o médico toque nos pacientes. Ela citou que é necessário uma mudança no comportamento dos médicos. 

"Uma das pessoas inclusive  me disse: 'o médico não me toca'. Ela queria que o médico a tocasse. Pelo menos o meu médico sempre me apalpou, olhou coração, garganta, essa coisa toda. O médico é um elemento essencial", afirmou a presidente.

Dilma voltou a dizer que faltam médicos na periferia de todas as grandes cidades brasileiras, no interior e nas fronteiras. Ela prometeu dar prioridade ao Nordeste.

"Se você olhar proporcionalmente, o Nordeste e o Sudeste se equilibram, mas como o Sudeste tem mais população, na verdade falta muito mais médico no Nordeste. Nós estamos combinando dois critérios: o primeiro de população. O outro é de pobreza, que inclui aqui o Nordeste, o Norte, a população indígena e a periferia das grandes cidades", explicou.

Segundo Dilma, o processo de distribuição visa contemplar "quem mais precisa, tem primeiro [acesso aos médicos]". "É essa a filosofia de levar médico, e a gente espera que isso se traduza em um tratamento muito mais humano", ressaltou.

Por fim, a presidente ainda citou que tem "muito respeito" ao médico brasileiro. "Eles têm todo um histórico, mas não os temos em número suficiente. Essa é a realidade. Por isso temos que trazê-los de onde tivermos para atender a população com qualidade", disse.

A presidente ainda garantiu que, paralelamente a vinda de médicos, estão sendo feitos investimentos em postos de saúde.

"Nós estamos investindo tanto na reforma, como na ampliação de postos, assim como na construção de novos. A melhoria dos existentes é fundamental", disse.