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Coronavírus surge na China, é suspeita no Brasil e emergência no mundo

Marcelo Oliveira

Do UOL, em São Paulo

30/01/2020 19h57

O primeiro alerta por conta da nova cepa do coronavírus veio da China e foi recebido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 31 de dezembro. Menos de um mês depois, a doença, de causa e cura ainda desconhecidas, virou emergência global, refletindo a rapidez da proliferação de problemas em um contexto globalizado.

Além da China, onde a contagem de mortos chegou a 213, o vírus foi confirmado em pacientes de mais de 20 países — a maioria, provenientes da Ásia — e já há registro de transmissão nos Estados Unidos. No Brasil, o governo afirmava, nesta sexta (31), sobre 12 casos suspeitos, 7 em São Paulo.

Veja os últimos fatos sobre a reação global à doença:

De Wuhan para toda a China

O novo coronavírus surgiu na cidade de Wuhan, 1152 quilômetros ao sul de Pequim, e nesta quinta-feira (30) o governo chinês já confirmava casos no país inteiro. O remoto Tibete foi a última província a registrar um caso da doença.

Até às 18h desta sexta-feira, estavam confirmadas 213 mortes (todas na China) e mais de 9.800 contaminações pelo mundo, sendo 9650 no país de origem da nova epidemia.

Coronavírus liga alerta pelo mundo

Casos em quatro continentes

Fora da China já são 106 diagnósticos do coronavírus em quatro continentes:

  • América: Estados Unidos e Canadá;
  • Europa: Reino Unido, Itália, Alemanha, França, Suécia, Finlândia e Rússia;
  • Ásia: Tailândia, Japão, Singapura, Taiwan, Malásia, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Vietnã, Camboja, Índia, Nepal, Filipinas e Sri Lanka;
  • Oceania: Austrália.

Transmissão nos EUA

Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (30) que identificaram o primeiro caso de transmissão do novo coronavírus em solo americano: um homem que contraiu a doença de sua esposa.

"A segunda pessoa em Illinois que teve resultado positivo para o novo coronavírus é um morador de Chicago" e casado com uma mulher de 60 anos infectada na China, explicou Robert Redfield, diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Na sexta-feira (31), a Tailândia anunciou transmissão da doença dentro do país também.

OMS decreta emergência global

A OMS decretou emergência global em saúde no caso do coronavírus nesta quinta-feira (30). O objetivo da emergência é disparar uma rede global de proteção e informação para diminuir a disseminação internacional e acelerar a resposta coordenada entre os países.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a emergência não está sendo decretada pelo fato do que ocorre na China, exclusivamente, mas sim pelo que pode ocorrer no mundo em termos de contaminação.

Uma simulação feita em 2019 calculou que uma epidemia de coronavírus poderia matar até 65 milhões de pessoas em 18 meses.

Outras emergências

Antes da emergência do coronavírus, a OMS deu um alerta deste nível outras cinco vezes desde 2009:

Brasil monitora 12 casos

Infectologistas afirmam que existe a probabilidade de o vírus chegar ao Brasil, e o Ministério da Saúde acompanha 12 casos em cinco estados:

  • Santa Catarina (1)
  • São Paulo (7)
  • Paraná (1)
  • Rio Grande do Sul (2)
  • Ceará (1)

O Ministério da Saúde elevou a classificação de risco do país para o nível 2, de perigo iminente. A escala vai até 3 (emergência de saúde pública) e só será decretada quando confirmar uma transmissão no Brasil.

Os casos de SP estão sendo tratados em isolamento domiciliar. A medida foi elogiada por especialistas diante dos quadros existentes no Estado, que envolvem pacientes jovens e sem outras doenças.

Sintomas

São considerados casos suspeitos de coronavírus pacientes com sintomas da doença como febre, tosse e dificuldade para respirar. O paciente tem que ter viajado à China nos últimos 14 dias antes dos sintomas.

Letalidade menor que a SARS

Pelos dados colhidos até ontem houve 213 mortes entre 9826 pessoas diagnosticadas com o coronavírus —uma letalidade de 2,16%. O índice é mais baixo que o da epidemia de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Severa), em 2003, um pouco inferior aos 10% e próxima à epidemia do H1N1, em 2009, que registrou cerca de 3%,