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Ódio a palestinos fez Netanyahu quase absolver Hitler, diz secretário da OLP

Saeb Erekat, em Jerusalém - Ruth Fremson/AP
Saeb Erekat, em Jerusalém Imagem: Ruth Fremson/AP

Em Jerusalém

21/10/2015 08h42

O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, afirmou nesta quarta-feira (21) que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, "odeia tanto os palestinos" que prefere absolver Adolf Hitler do Holocausto.

"Netanyahu odeia tanto os palestinos que está disposto a absolver a Hitler do assassinato de seis milhões de judeus", afirmou Erekat, após a polêmica declaração feita ontem pelo primeiro-ministro.

Em um convenção da Organização Sionistaem Jerusalém, o chefe do governo israelense surpreendeu os líderes judeus de todo o mundo que estavam na sala, dizendo que o Holocausto foi produto de um pedido feito a Hitler pelo mufti de Jerusalém, Hajj Amin al Hosseini.

A versão de Netanyahu, que rompe com a corrente histórica mais tradicional de que o partido nazista projetou a chamada "Solução Final" para erradicar o judaísmo da Europa, sugere que os crematórios foram também produto de uma sugestão de Hosseini para "queimar" os judeus.

Segundo Erekat, com essas declarações "Netanyahu culpou os palestinos pelo Holocausto e absolveu completamente Hitler do odioso e deplorável genocídio do povo judeu".

"Em nome dos milhares de palestinos que lutaram junto com as tropas aliadas em defesa da justiça internacional, o Estado da Palestina denuncia estas declarações moralmente indefensáveis e incendiárias", ressaltou o também negociador-chefe palestino.

Para Erekat, foi "um dia triste na história descobrir que o líder do governo israelense odeia tanto seu vizinho a ponto de absolver o mais notório criminoso de guerra da história, Adolf Hitler, do assassinato de seis milhões de judeus durante o Holocausto".

"Netanyahu deveria deixar de usar esta tragédia humana para ganhar pontos para seus objetivos políticos", concluiu Erekat.

As afirmações de Netanyahu ontem valeram a ele uma chuva de críticas nas redes sociais, dentro de seu próprio governo e da oposição.

Israel vive uma onda de distúrbios e ataques, em sua imensa maioria de palestinos contra israelenses, que já mataram quase 50 palestinos, oito israelenses, um árabe-israelense e um eritreu.