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Suspeito de ter atirado em engenheiro no Rio mentiu ao dizer que era menor, diz polícia

Vista do Complexo da Maré, onde um engenheiro entrou por engano e foi baleado no último sábado (8) - Angelo Antonio Duarte
Vista do Complexo da Maré, onde um engenheiro entrou por engano e foi baleado no último sábado (8) Imagem: Angelo Antonio Duarte

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

10/06/2013 21h19

Um dos suspeitos que se entregou à polícia nesta segunda-feira (10) como sendo um dos autores dos disparos que atingiram o engenheiro Gil Augusto Gomes, 53, na entrada do Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, no sábado (8), mentiu ao dizer que era menor de idade.

Segundo o inspetor Antônio Carlos Macedo, da 21ª DP (Bonsucesso), o jovem não quis colaborar com a polícia, que teve que pedir ajuda do Instituto Félix Pacheco para identificá-lo. O inspetor informou que o jovem tem 18 anos, mas não confirmou o nome do rapaz. Segundo o advogado dos dois acusados, que se identificou apenas como Nilson, o adolescente se chamaria Michael. O delegado José Pedro da Costa, titular da 21º DP, não falou com a imprensa.

O engenheiro foi baleado na cabeça, depois de ter entrado por engano na comunidade Vila do João, no Complexo da Maré. Ele seguia em direção ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, zona norte da cidade, quando recebeu uma ligação da mulher informando que ela já havia pegado um táxi. O engenheiro entrou na favela achando que se tratava de um retorno.

A secretaria estadual de Saúde informou, nesta segunda, que o quadro de Gil é grave, porém, estável. O engenheiro está internado no CTI do hospital Getúlio Vargas, na Penha, zona norte.

Casos semelhantes

Uma mulher de 52 anos morreu após ser baleada dentro de seu carro no município de São Vicente, litoral sul de São Paulo. Elza Gomes dos Santos viajava de Campo Grande (MS) para São Vicente orientada por um GPS, aplicativo de navegação, quando por volta das 13h do dia 31 de maio foi parar em uma favela situada no bairro de Vila Margarida, na cidade litorânea.

Para a polícia, Santos teria se perdido, já que a entrada da rodovia que leva ao bairro não é passagem nem para a praia, nem para o centro da cidade. Os policiais trabalham com a hipótese que criminosos jogaram uma bicicleta em frente do carro de Santos para que ela parasse. Contudo, Santos teria tentado fugir e acabou baleada na cabeça. A bicicleta foi encontrada embaixo do veículo e apreendida como prova.

Os bombeiros encontraram Santos ainda viva, sentada dentro do veículo. Ela foi encaminhada ao Centro de Referência de Emergência e Internação de São Vicente, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Seu carro, que não foi arrombado, tinha malas, eletrodomésticos, câmera fotográfica e uma televisão. Segundo a polícia, é possível que a mulher estivesse se mudando ou que viesse passar uma temporada no litoral paulista.

Na madrugada do dia 19 de maio, o assistente de direção da TV Globo Thomaz Cividanes, 25, dirigia um carro blindado, com placa de São Paulo, quando entrou por engano no Morro do Dezoito, no bairro de Água Santa, na zona norte do Rio, e também foi atacado a tiros por traficantes. Apesar da blindagem, ele foi ferido na perna por uma bala que conseguiu atravessar a porta.

A vítima tinha inserido no GPS do carro o endereço para onde iria: rua Jornalista Tim Lopes. No entanto, seguindo as indicações erradas do aparelho, acabou entrando na favela. Mesmo ferido, ele conseguiu dirigir até a rua Cairuçu, em Vila Valqueire, bairro próximo na zona norte, onde moradores chamaram policiais militares e bombeiros.

O rapaz foi levado ao hospital municipal Salgado Filho, no Méier, zona norte. No dia seguinte, a vítima foi transferida para um hospital particular na capital paulista.