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Peço a Deus força e coragem, diz pai de menina encontrada morta na Rocinha

Juliana Dal Piva

Do UOL, no Rio

30/09/2013 13h40Atualizada em 30/09/2013 17h16

Foi enterrada no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (30),  a menina Rebeca dos Santos, 9, que havia desaparecido na noite de sábado (28) e cujo corpo foi encontrado na manhã de domingo (29) com sinais de estupro na favela da Rocinha, zona sul da cidade. 

O pai da menina, Reinaldo dos Santos, disse estar inconsolável. "Peço a Deus que me dê força e coragem para lutar e criar meu outro filho. Para fazer dele um guerreiro como ela era. Os dois viviam juntos e se davam muito bem", afirmou, ao falar sobre o filho de 12 anos, também chamado Reinaldo.

Parentes e amigos que acompanharam o enterro contaram que Rebeca foi encontrada vestindo apenas uma camiseta e que próximo ao corpo dela havia saquinhos de droga, uma camisinha e um pedaço de madeira com pregos.

O corpo da menina estava enlameado e coberto por diversas telhas. Todo o material foi recolhido pela perícia. A causa morte de Rebeca foi confirmada como asfixia mecânica provocada por enforcamento.

A menina estava em uma festa em uma casa, na rua da Cachopa, quando saiu para levar um pedaço de bolo para a mãe que estava em outra casa, próxima ao local. Ao retornar, passou pelo beco escuro e não foi mais vista. Crianças relataram ter ouvido um grito, mas não identificaram a voz de Rebeca.  A Divisão de Homicídios faz a investigação do caso.

"Ela era meiga, simpática e muito educada. Sempre cuidando dos pais", contou Aurea de Paiva, ex-mulher do pai de Rebeca e vizinha da família.

O comandante da PM, Luíz Castro Menezes, afirmou que se necessário o policiamento será reforçado, e frisou que o corpo foi encontrado a 100 metros da unidade.

Indagado se houve alguma mudança no policiamento da Rocinha nos becos e vielas da favela, após o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, o governador Sérgio Cabral (PMDB) disse que isso não ocorreu.

Estupro confirmado

A Divisão de Homicídios da Polícia Civil confirmou que Rebeca foi estuprada antes de ser assassinada por esganadura. Segundo o chefe de operações da delegacia, Rafael Rangel, o abuso sexual foi constatado em laudo do IML (Instituto Médico-Legal). O policial também afirmou que a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha encaminhou ao ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) cópia do conteúdo das câmeras de segurança da favela.

As imagens podem mostrar uma eventual movimentação suspeita no dia do crime, de acordo com o chefe de operações. "A UPP reservou essas imagens e elas já estão sendo analisadas. Não existe um prazo para que isso ocorra. Temos 30 dias para concluir o inquérito", disse.