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"Mulher do vestido vermelho" diz ser apenas mais uma manifestante na Turquia

Do UOL, em São Paulo

06/06/2013 09h57

A jovem que virou ícone dos protestos na Turquia quando foi fotografada recebendo um jato de gás lacrimogêneo espirrado por um policial na praça Taksim, em Istambul, afirmou que é uma "figura relutante" e apenas uma pequena parte de um grande movimento para salvar o parque Gezi.

A "mulher do vestido vermelho", como ficou conhecida, é, na verdade, Ceyda Sungur, uma estudante da Universidade Técnica de Istambul. No dia em que a foto foi feita, ela foi até o parque Gezi, localizado na praça Taksim, lutar contra um controverso projeto para converter o local -uma das poucas áreas verdes da cidade- em um shopping center projetado como uma réplica de um quartel do exército da era otomana.

As manifestações em favor do parque foram o estopim dos protestos contra o governo islâmico-conservador do premiê Recep Tayyip Erdogan que se espalharam por todo o país nesta semana.

Em entrevista à imprensa turca, Sungur disse que nunca foi sua intenção virar símbolo dos protestos e que ela era apenas mais uma no meio de uma multidão.

"Muitas pessoas igual a mim estavam protegendo o parque, defendendo seus direitos e a democracia. Elas também sofreram com o gás lacrimogêneo", afirmou.

A foto do policial vestindo máscara de gás espirrando gás lacrimogêneo no rosto de Sungur foi amplamente replicada nas redes sociais e em cartazes levados às ruas da Turquia.

"Essa foto resume a essência dos protestos. Ela mostra a violência da polícia contra manifestantes pacíficos, pessoas que estão apenas tentando proteger seus valores", afirmou a estudante de matemática Esra, entrevistada pela agência Reuters, durante um protesto.

Várias versões da imagem circulam pelos protestos. Uma das mais replicadas, mostra a manifestante em um tamanho muito maior do que o policial e diz: "quanto mais você espirra o gás, maior ficamos".

Segundo o jornal "Hurriyet Daily News", o fotógrafo responsável pela imagem, Osman Orsal, ficou ferido na perna quando trabalhava em um dos protestos em Istambul. (Com agências internacionais)