Suzana comprou revólver às vésperas de crime por R$ 350, diz empresária
A empresária Mônica Aparecida Rodrigues Calheiros confirmou, em depoimento nesta terça-feira (7), que vendeu um revólver à Suzana Marcolino. A arma, segundo a defesa, teria sido usada por Suzana para matar o empresário Paulo César Farias e se suicidar, no dia 23 de junho de 1996, na casa de praia de Guaxuma, litoral norte de Maceió. O depoimento ocorreu durante o julgamento de quatro PMs acusados por omissão no caso da morte de PC Farias e Suzana. O júri começou na segunda-feira (6).
Segundo Calheiros, a venda da arma foi feita em meados de junho, na churascaria de propriedade de sua família, em Atalaia (a 48 km de Maceió). “Eu não lembro detalhes, mas Zélia [Maria Maciel, prima de Suzana Marcolino] era nossa cliente, frequentava a churrascaria e chegou lá e perguntou se tinha uma arma. Primeiro, ela disse que era para segurança da mãe dela, e depois disse que era para Suzana praticar tiro a alvo”, disse.
Zélia foi uma das testemunhas de defesa convocadas, mas não compareceu ao fórum do Barro Duro. O juiz Maurício Brêda expediu um mandado de condução coercitiva, com uso de força policial, se necessário, para que a testemunha preste depoimento.
A empresária Mônica Calheiros confirmou ainda que, em seguida, fechou a negociação. “Quando ela perguntou, eu lembrei que tinha uma arma que tinha ganho do meu marido, para ficar aqui na churrascaria. Naquela época, com a crise na Polícia Militar, era fácil comprar armas. Para mim, o revólver não tinha utilidade, aí ela disse que poderia vender. Vendi por R$ 350 e, pelo que me recordo, ela pagou com um cheque”, afirmou.
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Segundo o ex-deputado federal Augusto Farias, irmão de PC Farias, o cheque utilizado para pagar a arma era da conta de Paulo César Farias. “Ele que pagou pela arma que serviu para matá-lo. A conta ficou sem fundos, e tivemos que cobrir”, disse, mais cedo, em depoimento.
Calheiros ainda disse que, no dia do assassinato, recebeu uma ligação de Zélia para que "não contasse á polícia sobre a venda da arma."
Tiros
Além de vender a arma, a empresária Mônica Calheiros também confessou que deixou Suzana testar a arma no local. “Ela insistiu muito para atirar, e eu resisti. Depois ela perguntou o que tinha atrás da churrascaria, e disse que tinha uns coqueiros e barreiras. E ela foi lá e fez os disparos”, disse.
A empresária citou que, por conta da fama da churrascaria criada pelo episódio, o empreendimento que mantinha foi à falência. “Minha churrascaria fechou por conta desse noticiário. No interior, todo mundo se conhece. Era uma churrascaria de família”, afirmou.
O marido da testemunha, José Jeferson Calheiros de Medeiros, também prestou depoimento e confirmou que comprou a arma a um homem, na cidade de Atalaia, por R$ 300, e repassou a mulher.
“Eu só soube que ela tinha vendido a arma depois e inclusive a questionei, porque a arma eu dei a ela para ficar na churrascaria”, afirmou.
O advogado de defesa dos réus, José Fragoso Cavalcanti, chegou a apresentar cópia do cheque que consta no processo, para que Medeiros, confirmasse a autenticidade, e ele afirmou que “acreditava” ser aquele documento.
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