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Aécio quer que Dilma peça desculpas por erro da Caixa com Bolsa Família

O presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), defendeu que a presidente Dilma Rousseff deve pedir desculpas aos brasileiros pelo erro da Caixa Econômica Federal durante confusão do Bolsa Família - José Cruz/Agência Brasil
O presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), defendeu que a presidente Dilma Rousseff deve pedir desculpas aos brasileiros pelo erro da Caixa Econômica Federal durante confusão do Bolsa Família Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

28/05/2013 14h55

O presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), defendeu nesta terça-feira (28) que a presidente Dilma Rousseff deve pedir desculpas públicas aos brasileiros pelo erro da Caixa Econômica Federal, responsável pelo pagamento do benefício do Bolsa Família, cujo boato do fim do benefício gerou tumulto e correria às agências nos dias 18 e 19 de maio.

“A presidente está na obrigação de pedir desculpas públicas ao ocorrido pela omissão da Caixa Econômica Federal”, avaliou Aécio, considerado um dos principais nomes da oposição para enfrentar Dilma nas eleições em 2014. “Quero dizer que são muito poucas as desculpas. A senhora presidente da República deve um pedido de desculpas formal a todos os brasileiros. Nesse episódio, foi mais uma vez uma instituição pública servindo a um governo, e não ao Estado brasileiro”, completou. 

Em entrevista coletiva concedida ontem, o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, pediu desculpas pelas informações incorretas divulgadas pela instituição financeira sobre a liberação antecipada dos recursos do programa. Hereda justificou que a “situação de crise” motivou a divulgação dos dados errados.

No dia 20, o vice-presidente de Habitação da Caixa, José Urbano, informou que a antecipação do pagamento só foi feita no sábado (18), depois da divulgação dos boatos, com objetivo de preservar a “integridade física” dos beneficiários. Já em nota divulgada no último sábado (25), o banco modificou a versão após reportagem publicada na "Folha" e disse que os benefícios foram liberados na sexta-feira (17), um dia antes do começo dos rumores sobre o fim do programa.

Quando questionado sobre em quais outros episódios instituições públicas foram usadas pelo governo, o ex-governador de Minas Gerais respondeu que foi com o Banco do Brasil no caso do mensalão, durante o primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O STF (Supremo Tribunal Federal) condenou o ex-diretor de marketing do BB Henrique Pizzolato por ter desviado recursos de um contrato entre a agência de Marcos Valério e o banco e por ter recebido propina para beneficiar o publicitário. “O Supremo condenou o [ex-executivo do] Banco do Brasil, que exatamente foi acusado de movimentar recursos não em beneficio do país, mas do partido [PT]. Não é a afirmação da oposição, mas do Supremo.”

As declarações do tucano foram feitas antes da reunião da Executiva Nacional do PSDB, em Brasília. Ele argumenta que a iniciativa é resposta ao governo. A ministra Maria do Rosário (Secretaria dos Direitos Humanos) chegou a postar no Twitter que os rumores deviam "ser da central de notícias da oposição", mas depois voltou atrás.

Humor: Bolsa Família passa por teste do DNA

Aécio sugere que o pedido de desculpas da presidente seja feito em cadeia de rádio e televisão, já que a “presidente gosta muito disso”, ironizou.

Na avaliação de Aécio, as desculpas de Hereda não são suficientes. “É pouco para o sofrimento passado por estas pessoas as desculpas embaraçadas do presidente do banco.”

O DEM e MD – dois partidos também da oposição – pediram a demissão imediata de Hereda do cargo. Mas o PSDB discorda e acha que isso deve ficar a cargo da presidente. 

 

De olho em 2014

Aécio disse que a oposição estará cada vez mais atenta às ações do governo petista. “Cada vez mais as versões oficiais ficam sob suspeição (...). O PSDB estará vigilante no acompanhamento de todas as ações do governo em absolutamente em todas as áreas.”

 

A reunião de hoje será o inicio, segundo Aécio, da construção de uma “agenda positiva” do partido para o país.

 

Ao ser indagado sobre as estratégias e alianças da legenda para 2014, não quis aprofundar sobre o que tem conversado com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), mas defendeu que o ex-governador de São Paulo José Serra participe das discussões. “No que depender de mim, [Serra] sempre participará. Quando se falar de PSDB, você sempre vai enxergar a figura honrada e séria do governador José Serra.”